Em defesa enviada ao Exército, Pazuello nega participação em ato político

Ex-ministro da Saúde afirmou que o Brasil não está em período eleitoral e que o presidente Jair Bolsonaro não é filiado a nenhum partido político; general esteve em evento no Rio de Janeiro no último domingo

  • Por Jovem Pan
  • 28/05/2021 08h25 - Atualizado em 28/05/2021 10h19
LEKA WESOL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em carro de som no Rio de Janeiro ao lado do presidente Jair Bolsonaro Bolsonaro saiu em defesa de Pazuello e disse que não vê problemas na participação do ex-ministro

O governo federal trabalha para evitar punição rigorosa ao ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por ter participado de manifestação com o presidente Jair Bolsonaro no último domingo, 23. O Exército Brasileiro, por sua vez, não esconde o mal estar. O temor é que uma punição leve acabe incentivando a politização dentro dos quartéis. Nesta quinta-feira, 27, Bolsonaro saiu em defesa de Pazuello e disse que não vê problemas na participação do ex-ministro, indicando, inclusive, qual caminho o general deve seguir para justificar a presença no evento. “É um encontro que não teve nenhum viés político, até porque eu não estou filiado a partido político nenhum ainda. Foi um movimento pela liberdade, pela democracia e apoio ao presidente”, disse. Em sua defesa no processo administrativo aberto pelo comando do Exército, Pazuello alegou, justamente, que o ato no Rio de Janeiro não se tratou de um evento político partidário, mas de um passeio automobilístico. O ex-ministro afirmou ainda que o país não está em período eleitoral e que o presidente Bolsonaro não é filiado a nenhum partido político.

Uma das justificativas de quem defende a punição de Pazuello é que a falta de um posicionamento do Exército pode incentivar a politização nos quartéis. Ao comentar nesta quinta-feira as medidas restritivas anunciadas por governadores e prefeitos, o presidente reafirmou aos militares que espera que eles atuem seguindo o que diz a Constituição. O presidente tem afirmado que o Exército não será acionado para garantir o cumprimento de nenhuma medida que impeça a circulação de pessoas e ainda afirmou que espera que o retorno à normalidade aconteça com rapidez. Ainda nesta quinta-feira, durante almoço com comandantes militares na Amazônia, o presidente voltou a reclamar da polarização no país. De olho nas eleições presidenciais do ano que vem, afirmou que é preciso que a população não erre mais. Bolsonaro ainda admitiu que, atualmente, tudo gira em torno de política. “Ninguém está aqui para fazer discurso político, mas somos seres políticos. Temos essa oportunidade, Deus deu essa missão para nós, vamos aproveitar no bom sentido”, disse.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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