Em meio a ameaças de greve, Onyx critica pressão de auditores fiscais por reajuste salarial
Ministro do Trabalho e Previdência afirmou que as mobilizações partem de servidores que ganham mais de R$ 25 mil por mês: ‘É a elite do funcionalismo público’
O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, entende que as mobilizações feitas por auditores fiscais, com paralisação marcada para a próxima terça-feira, 18, e ameaça de greve geral em fevereiro é uma “falta de sensibilidade” com a situação do país. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o ministro criticou a pressão do que chamou de “elite do funcionalismo público” para a aprovação de reajustes salariais. “É muita falta de sensibilidade, principalmente dos extratos mais altos. De todos os movimentos que vimos até agora, são todos servidores que ganham mais de R$ 25 mil, R$ 30 mil e alguns mais perto do teto. É a elite do funcionalismo público. Eles precisam colocar a mão na consciência”, afirmou Lorenzoni, que considera a situação desproporcional.
“Isso também tem acontecido com auditores do Ministério do Trabalho e espero que o bom senso e equilíbrio seja o final dessa conversa com parte alta do funcionalismo”, acrescentou. As pressões e cobranças dos servidores da Receita Federal acontecem após o presidente Jair Bolsonaro anunciar reajuste salarial exclusivo para policiais federais, policiais rodoviários federais e funcionários do Departamento Penitenciário, situação que gerou insatisfações em diversas categorias, que cobram igualdade. Entre os auditores da Receita Federal a principal reivindicação é a regulamentação do chamado bônus por eficiência, criado em 2016, mas que ainda não está em vigor. A estimativa é que os custos para o pagamento anual do benefício seriam de R$ 400 milhões.
Embora o valor seja bem menor do que o reservado no Orçamento para os reajustes, Onyx Lorenzoni defende, no entanto, o aumento exclusivo para as categorias elencadas pelo governo federal e fala em busca de equilíbrio com as demais categorias do funcionalismo. “E tem uma questão adicional: qualquer um deles [policiais] sai de casa e não sabe se volta, porque enfrentam a criminalidade. Isso não acontece com o trabalho dos auditores fiscais, que fizeram uma reunião ontem [com o ministro Paulo Guedes]. É do cotidiano da atividade dos policiais esse risco que é permanente e eminente. Fazer com que esses servidores consigam ter condição de similaridade com carreiras que estão no topo da pirâmide do funcionalismo federal era algo justo”, reforçou o ministro.
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