Em meio a julgamento, Harvey Weinstein é indiciado por novas acusações de agressões sexuais
Nesta segunda-feira (6), teve início, em Nova York, o julgamento do ex-produtor norte-americano Harvey Weinstein, que é acusado de crimes sexuais. Segundo promotores, pouco tempo antes de iniciar o processo judicial, Harvey foi indiciado também em Los Angeles por mais duas agressões sexuais.
O ex-produtor de cinema, de 67 anos, chegou para o julgamento utilizando um andador, o que muitos disseram ser apenas encenação por parte dele.
A primeira denúncia de assédio sexual surgiu em 2017 e, logo em seguida, começou uma série de acusações por parte de atrizes e várias outras mulheres, que alegaram terem sido vítimas de Weinstein.
Essa avalanche de denúncias deu início aos movimentos MeeToo e Time’s up, que intensificaram as acusações de assédio contra homens poderosos.
Até agora, Harvey Weinstein já tem mais de 80 denúncias por abuso sexual e estupro praticados ao longo de cerca de 40 anos.
O produtor, que se declara inocente de todas as acusações, foi expulso da Academia Internacional de Cinema e também da própria empresa, a Weinstein Company.
Nesta segunda-feira, a porta do tribunal do julgamento esteve repleta de pessoas, principalmente mulheres, que exibiam cartazes com frases como “escutem as sobreviventes”, exigindo justiça.
A atriz Rosanna Arquette, que relatou ter sido violentada por ele, fez um discurso mencionando o movimento Time’s up. Ela disse que, neste início de ano, de uma nova década, o tempo para assédio sexual, para culpabilizar as vítimas e para desculpas vazias acabou.
A advogada de Harvey Weinstein também pediu justiça e lembrou que, no país, todos são inocentes até que se prove o contrário.
Segundo a imprensa norte-americana, a sentença de Weinstein deve sair só em março. Se for considerado culpado, o produtor, que recebeu um Oscar pelo filme Shakespeare Apaixonado, pode ser condenado à prisão perpétua.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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