Empresários discutem desafios da transição energética durante evento do Grupo Lide
Empresários e especialistas que atuam no setor buscam aliar desenvolvimento e rentabilidade com a preservação do meio ambiente frente ao esforço global para promover energias renováveis
O Grupo de Líderes Empresariais (Lide) promoveu nesta quinta-feira, 14, em São Paulo, um seminário para debater a transição energética e energias renováveis com especialistas e empresas que atuam no setor. A proposta é aliar desenvolvimento e rentabilidade com a preservação do meio ambiente frente ao esforço internacional para promover a transição energética. Na visão do diretor da Acciona Energia, Herbert Laier Júnior, o Brasil tem potencial para ser protagonista mundial na produção de energia limpa: “A vocação natural do país é realmente produzir energia renovável. A gente tem água em abundância, vendo em abundância, sol em abundância, costa em abundância e área em abundância (…) A gente tem um maior potencial de geração em termos de quantidade e também de qualidade, porque aqui se produz a energia mais barata do mundo. Nesse contexto, que o Brasil tem que se posicionar como um dos protagonistas globais para liderar esse processo de transição energética no mundo, que as grandes nações já adotaram como caminho sem volta”.
Desde o apagão ocorrido no Brasil em 2001, que causou forte impacto na atividade econômica, o sistema elétrico nacional foi robustecido, passou a ser interligado e ganhou novas fontes de energia. Para o CEO da Raízen Power, Frederico Saliba, a tendência é de crescimento e diversificação ainda maiores: “O setor elétrico brasileiro está passando por um processo de popularização da geração de energia, quando ela é descentralizada através da geração distribuída, por exemplo. Em algum momento, eu vejo todos os consumidores brasileiros podendo inclusive escolher a própria energia, de quem comprar, ou até mesmo gerá-la em casa, através dos painéis solares. Dado o tamanho do Brasil, dada a sua população e o fato de que o Brasil tem a vocação renovável, a década é nossa”.
O Brasil já conta com 86% de sua matriz elétrica gerada por meio de fontes renováveis (hidráulica, eólica, solar e biomassa), de acordo com o Balanço Energético Nacional de 2023. Em seu relatório final, a COP-28, conferência da ONU que discute a emergência climática global, reforçou a urgência da redução de emissões dos gases causadores do efeito estufa como única forma de mitigar os efeitos do aquecimento global. O presidente do Lide Energia, Roberto Giannetti da Fonseca, destaca que, o Brasil tem a oportunidade de obter uma alta rentabilidade com o impulsionamento da energia limpa: “Ser um país líder em energia renovável no mundo com todas as suas consequências, em termos de produtividade, expansão da cadeia produtiva, produtos derivados de energia renovável, como alumínio, ferro líquido, siderurgia e fertilizantes. Temos que nos organizar do ponto de vista regulatório, financeiro, econômico e tributário para que a gente possa dar condições competitivas para que isso aconteça de forma sólida e de forma consistente no Brasil”.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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