Empresários se unem para tentar revitalizar região do Centro de São Paulo
Depois de ações na chamada Cracolândia, a população paulistana tem reclamado cada vez mais da impossibilidade de frequentar a região
O Centro da capital paulista tem história e beleza, mas muitos problemas. A falta de zeladoria espanta comerciantes, moradores e turistas. Os problemas do Centro são antigos, e muitas gestões se passaram sem que eles fossem resolvidos. Depois de ações na chamada Cracolândia, a população paulistana tem reclamado cada vez mais da impossibilidade de frequentar a região. As problemáticas tem afetado o comércio e o turismo no Centro histórico. Rodrigo Alves, que é proprietário de um restaurante em frente ao Largo do Paissandú, contou à reportagem da Jovem Pan News que nos últimos anos passou a fechar mais cedo por temer a violência durante a noite. Diante da crescente vulnerabilidade social da região, o comerciante questiona a forma como projetos sociais estão sendo feitos: “Acho que o Executivo e o Legislativo estão sendo corajosos de propor outras formas de revitalizar o Centro, porque várias gestões passaram e fracassaram. Mas essa questão da assistência social concentrada no Centro, e acabam até vindo pessoas de fora, precisa ser organizada e tratada de uma forma, não na calçada, para que a pessoa tenha dignidade. Fazer a política pública na calçada é o que está errado”.
Na última semana, a Câmara Municipal de São Paulo apresentou um projeto de intervenção urbana para revitalizar o Centro. A expectativa é de que o local atraia mais moradores e que haja um fomento da economia local. Fábio Redondo, que é diretor de uma rede de hotéis do Centro, vive desde criança na região e afirmou que este é um passo importante, mas ressaltou que outras medidas também precisam ser tomadas: “A região central já é bastante construída, a grande questão é adaptar para os tempos modernos todas essas edificações. Mais ocupação dos edifícios por moradores ajuda a desenvolver a região, porque torna a região mais segura, torna a região mais ocupada e o próprio morador acaba desenvolvendo uma economia local com novas necessidades, como supermercado e padaria, aí pequenos negócios acabam ocupando e ficando abertos até tarde. Tanto o morador, quando o turista, fica 24 horas na região. Você precisa de segurança e zeladoria por todo o período”.
A Galeria do Rock é um ponto turístico famoso da capital paulista fundado no início dos anos 60 e há décadas atrai visitantes de todas as partes do país. Mas nos últimos anos o centro comercial tem sofrido com a degradação do Centro. O diretor da galeria, Antônio Souza, que está na região a mais de 40 anos, contou que a sensação é de insegurança, mas disse estar otimista com o projeto da Câmara: “Nesse diálogo e cobranças que estamos fazendo tentando contribuir com a Prefeitura estamos conquistando valores magníficos na região central e trazendo o que nós mais precisamos, que é a esperança. Apesar da insegurança, temos trazido uma força muito maior. As pessoas estão acreditando e parece que está tendo uma energia nova, uma força nova. A mesma sensação de quando eu entrei na Galeria do Rock, nós estamos tendo em relação ao Centro. Nós acreditamos e sabemos que isso vai se transformar”. Os empresários consultados pela reportagem fazem parte do grupo Pró-Centro, que reúne mais de 30 empresários da região engajados na revitalização. Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o policiamento na região central da capital foi intensificado, que ações da Polícia Civil foram fomentadas para identificar autores de assaltos, que os deslocamentos dos usuários de drogas são monitorados diariamente e que realiza trabalho de inteligência para identificar e prender os traficantes que atuam na região da Cracolândia.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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