Transporte clandestino saindo do centro de São Paulo coloca passageiros em risco

Viagens chegam a regiões distantes, de até 7 mil quilômetros; Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável por fiscalizar o transporte interestadual, não se pronunciou sobre o caso até o momento

  • Por Jovem Pan
  • 26/08/2022 12h21
Reprodução/Jovem Pan News/Jornal da Manhã transportes irregulares Transportes irregulares estacionados no Brás, no centro de São Paulo

Uma rodoviária clandestina funciona na região do Brás, na capital paulista. Diversos ônibus em condições inadequadas para o transporte de passageiros se concentram no encontro das ruas Doutor Almeida Lima e Uruguaiana. A reportagem recebeu uma denúncia feita pelo e-mail sos@jovempan.com.br e foi ao local para averiguar. A venda de itinerários é indiscriminada. Uma passageira que não se identificou informou que comprou uma viagem para Belém, Pará. Apesar dos riscos, ela diz que o preço que pagou pela longa viagem é mais em conta do que a do ônibus convencional. Um intermediário oferece um valor mais baixo para quem pretende seguir a Porto Seguro, na Bahia, em um percurso que leva um dia. Muitos ônibus estão em situação precária, e mecânicos trabalham no meio da rua para dar um jeitinho. Pneus carecas são comuns, o veículo quebrar no caminho também. Há veículos que passam por apenas uma olhadinha após terem percorrido 7 mil quilômetros em uma viagem. A manutenção é superficial e tem que ser rápida, porque logo haverá outra partida para outra viagem.  Muitos ônibus não possuem ar-condicionado e partem carregados de bagagens, muitas vezes além da capacidade permitida, e com passageiros soltos, pois alguns acentos não possuem cinto de segurança . Os destinos mais procurados são para as localidades nas regiões norte e nordeste. Tudo fica por conta do passageiro, já que não há seguro. A reportagem pediu uma explicação sobre o caso para a Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável por fiscalizar o transporte interestadual, mas não obteve retorno até o momento.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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