Escolas particulares de SP querem retorno antecipado: não podemos ficar ‘a reboque do governo’

  • Por Jovem Pan
  • 25/06/2020 11h15 - Atualizado em 25/06/2020 11h20
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Luong Thai Linh/EFE O presidente do Sieesp afirma que os colégios privados deixaram "há muito tempo de ser elitistas", ressaltando que a rede abrange 24% dos alunos do ensino básico

O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieesp), Benjamin Ribeiro da Silva, avalia que o Plano do governo do Estado para o retorno das aulas veio “goela abaixo”. Segundo ele, as escolas particulares já possuem um protocolo para retomada segura das atividades.

Em entrevista ao Jornal da Manhã desta quinta-feira (25), Benjamin defendeu a antecipação do retorno escolar nos colégios particulares frente ao calendário do ensino público e afirmou que as instituições “não podem ficar a reboque do governo”.

“Hoje [quinta-feira] tem uma declaração do próprio secretário [Rossieli Soares] dizendo que ele não vai deixar filho de rico não vai voltar antes do aluno pobre. Nós já temos o protocolo assinado por médicos, por cientistas, validado por diretores da Associação Paulista de Medicina, já estamos preparados há algum tempo. Nós vinhamos conversando, concordamos com a volta parcelada para que o aluno venha pelo menos uma vez por semana para aula, mas é preciso essa volta em algum momento.”

O presidente do Sieesp afirma que os colégios privados deixaram “há muito tempo de ser elitistas”, ressaltando que a rede abrange 24% dos alunos do ensino básico, somando 2,4 milhões de estudantes. Para ele, o “Estado de São Paulo tem condições de fazer implementações tão rápidas quando as escolas particulares”, destacando a importância e a possibilidade de uma retomada antecipada ao que foi apresentado na quarta-feira (24), em que prevê o retorno parcial das atividades em setembro.

Benjamin Ribeiro admitiu que há resistência de parte das famílias para um retorno antecipado dos alunos, considerando os avanços da pandemia da Covid-19. Entretanto, ele lembrou que determinados pais “estão desesperados, perdendo os empregos, porque não tem onde deixar os filhos” após a retomada das atividades.

O presidente do sindicato avaliou que, de maneira geral, as aulas “híbridas”, ou seja, o ensino online, “veio para ficar”. Para ele, as escolas terão um “novo normal” com maior presença da tecnologia.

“Posso garantir a escola privada se reinventou, a grande maioria. A tecnologia vem pra ficar, o aluno interagi super bem. O grande problema são os alunos de 0 a 7 ou 8 anos, que têm mais dificuldade com a aula online”, ressalta Benjamin, afirmando que as escolas estão o melhor para os estudantes.

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