Espanha vai às urnas no próximo domingo pela 4ª vez em quatro anos

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 07/11/2019 09h33 - Atualizado em 07/11/2019 09h47
Pixabay Espanha A última eleição na Espanha foi realizada a apenas seis meses e confirmou que o país está polarizado em duas vertentes

A Espanha vai às urnas neste domingo (10) tentar resolver o impasse político que paralisa o país há vários meses. Esta será a quarta eleição em quatro anos por lá – e as pesquisas de opinião indicam que a solução não está apenas no voto.

O partido socialista deve sair vencedor mais uma vez do pleito, mas não deve alcançar maioria no Congresso, que tem 350 cadeiras. Na verdade, os levantamentos dos últimos dias mostram que a centro-esquerda pode perder até um pouco de apoio.

Se a expectativa for confirmada, o atual primeiro-ministro Pedro Sánchez vai ter que rever suas táticas de negociação para formar um Governo.

Da última vez, ele tentou governar sozinho. A extrema-esquerda representada pelo Podemos, por exemplo, já tinha demonstrado interesse num acordo – mas queria participar do governo.

Os liberais do Ciudadanos se recusaram a negociar com Sánchez depois da última eleição e é difícil imaginar uma mudança radical de postura. A tradicional centro-direita, com o PP, avança timidamente nas pesquisas e dificilmente vai conseguir vencer a disputa.

A última eleição na Espanha foi realizada a apenas seis meses e confirmou que o país está polarizado em duas vertentes.

Primeiro a partidária, o que se tornou bastante comum no Ocidente nos últimos anos. Mas há também a divisão sobre a questão da Catalunha, já que a causa separatista tem gerado protestos importantes nas últimas semanas e os socialistas não têm se saído muito bem neste tema.

Adicione a este cenário a preocupação com o crescimento da extrema-direita, representada pelo Vox. O partido não chegou a assustar nas últimas votações, só que as pesquisas demonstram que ele pode crescer dessa vez.

A Espanha exumou os restos mortais do ditador Francisco Franco para removê-lo do mausoléu criado para vítimas de sua sangrenta Guerra Civil, mas ainda restam outros esqueletos nos armários do país que tenta manter o ritmo da recuperação econômica e baixar o desemprego que assola duramente os mais jovens.

As divisões ideológicas na Espanha chegaram no ponto de causar paralisia política prolongada além do que seria considerado normal para um sistema parlamentarista.

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