Especialistas avaliam que impacto de suspensão das exportações de carne por vaca louca será contornado

Análises apontam que as regras atuais devem ser revistas rapidamente para que não ocorra uma paralisação nas vendas como a de 2021

  • Por Jovem Pan
  • 25/02/2023 13h21
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Marcello Casal Jr./Agência Brasil carnes expostas em frigorífico China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, calcula que o impacto mensal do autoembargo do Brasil na venda de carne bovina para a China após confirmação de um caso de vaca louca deverá ser de, no mínimo, US$ 300 milhões. Entretanto, ele lembra que o atual governo possui um relacionamento com o governo chinês, o que pode na resolução do problema de alguma forma. “Em princípio não deve afetar o comércio do Brasil, nós não vamos cancelar as exportações, vamos apenas adiar o embarque até que seja claramente esclarecida a questão da vaca louca. Os preços no mercado internacional e também no mercado externo em janeiro e dezembro já estavam em queda, o que significa que esse atraso no embarque de mercadoria para o exterior pode fazer com que esses produtos sejam colocados no mercado interno ou mesmo para outros países”, disse Castro.

Larissa Waccholz, sócia da Valia Agro e ex-chefe do Departamento Brasil-China, ligado ao governo brasileiro, não acredita que o embargo de 2023 se assemelhe ao de 2021, quando as exportações foram suspensas em setembro e só foram retomadas em dezembro. “A China considera o Brasil um parceiro importante no fornecimento de carne bovina. A China importa praticamente um terço de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. E o Brasil, por outro lado, representa aproximadamente 25% do fornecimento de carne bovina importada pela China. Ou seja, é uma relação bastante importante para os dois lados e, portanto, provavelmente vai haver agilidade da parte chinesa também na revisão dessa documentação, para que os fluxos sejam retomados e normalizados em um breve espaço de tempo”, diz ela. A China está entre os principais parceiros comerciais do Brasil, sendo a principal compradora de commodities e matérias-primas nacionais.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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