‘Esperança é que tenhamos bastante tempo de tranquilidade’, diz cônsul-geral de Israel em SP sobre cessar-fogo

Alon Lavi ressalta, porém, que o Estado já tem experiência com o Hamas há tempo suficiente para saber que o acordo não deve durar para sempre; combate durou 11 dias e deixou mais de 200 mortos

  • Por Jovem Pan
  • 22/05/2021 08h26 - Atualizado em 22/05/2021 17h02
EFE/EPA/MOHAMMED SABER Imagem de criança correndo na Faixa de Gaza. Ao fundo, casas destruídas pela guerra O conflito entre Israel e Hamas durou 11 dias e deixou mais de 240 mortos

O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Alon Lavi, analisou o cessar-fogo que foi firmado na sexta-feira, 21, entre Israel Hamas após 11 dias de combate. Segundo Lavi, Israel não quer ver conflito armado e a expectativa é que a trégua dure “bastante tempo”. “A esperança é que tenhamos bastante tempo de tranquilidade e paz na região”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã. O cônsul ressalta que, no entanto, o Estado já tem experiência com o grupo terrorista há tempo suficiente para saber que o cessar-fogo não deve durar para sempre. “Em 2005, Israel saiu completamente da Faixa de Gaza. Depois de dois anos de comando da autoridade palestina, o Hamas tomou o controle em força da Faixa e, desde então, Israel tem esse conflito constante com o grupo, que tem muitas armas e está apoiado pelo Irã e por outros países, e parte da agenda é essa destruição do Estado de Israel”, apontou. “Precisamos entender que não falamos de um Estado. Este conflito também não é contra palestinos, é contra o Hamas, uma organização terrorista com muitas armas que usa a violência para promover a sua agenda política interna e externa”, explicou Lavi.

Sobre o acordo de cessar-fogo, o cônsul avalia que a participação do Egito na articulação foi positiva. “O Egito tem um papel muito importante na região e de uma maneira geral, especialmente com Israel. Nós assinamos um acordo de paz em 1979 e temos relações boas com o país.” Lavi explica que o país tem um interesse próprio na região por causa da fronteira que divide com a Faixa de Gaza. “Precisamos lembrar que a Faixa de Gaza tem uma fronteira com o Egito, então o país também tem também muito interesse em acalmar a região. Eles não querem ver armas entrando e saindo para Sinai”, acrescentou. Em relação aos Estados Unidos, o cônsul aponta que o apoio do país norte-americano foi essencial para a negociação de uma trégua. “Os Estados Unidos é um aliado importante de Israel. O presidente Biden afirmou a necessidade e o direito de Israel de se defender contra os mísseis do Hamas e nos apoiou com isso. Ao mesmo tempo, ele queria ver um cessar-fogo e acho que é isso que Israel fez. Sem dúvida, os EUA não são um aliado, mas um amigo”, afirmou Alon Lavi, que confirma que há uma expectativa da atuação do Brasil nesse tipo de conflito. “Nós queremos que todos os países do mundo, especialmente os importantes como o Brasil, tenham um papel importante para pressionar o Hamas e a presença de organizações terroristas. Ao final, hoje os palestinos em Gaza são ocupados pela organização terrorista que é muito similar com o Estado Islâmico que tivemos em outros lugares do Oriente Médio. Não tem uma diferença grande”, concluiu.

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