Estilista causa polêmica ao levar ao SPFW roupas em alusão à Marielle Franco
O desfile, intitulado Guerra e Paz, foi uma releitura da obra de mesmo nome de Portinari
O estilista Ronaldo Fraga levou para as passarelas do São Paulo Fashion Week duas peças de roupa com alusão à vereadora assassinada, Marielle Franco.
Uma delas, um tênis, trouxe a imagem da política com um alvo na testa. O outro item apresentado no evento foi uma camiseta com o rosto de Marielle e marcas de tiro bordadas.
O desfile, intitulado Guerra e Paz, foi uma releitura da obra de mesmo nome do artista Candido Portinari.
As imagens das peças com alusão à Marielle Franco foram difundidas na internet e suscitaram o debate: de um lado, aqueles que defenderam a moda como forma de protesto e crítica; do outro, pessoas que viram as peças como desrespeito à família e aos ideais representados pela figura da ex-vereadora.
Algumas horas depois, a jornalista Anielle Franco, usou as redes sociais para criticar a utilização do rosto da irmã como forma de lucrar e disse que a família não foi consultada.
Após a repercussão negativa, o estilista responsável entrou em contato com ela para explicar a origem das criações. Em um vídeo, Ronaldo Fraga esclareceu que a intenção das peças foi protestar contra a morte de negros no Brasil. O estilista completou que as roupas com o rosto de Marielle Franco não serão comercializadas.
A irmã da vereadora usou as redes sociais para explicar que, após conversar com Fraga, compreendeu a intenção das peças. Anielle Franco aproveitou para reforçar que não vai permitir que a memória da irmã seja usada como forma de lucrar.
O mesmo desfile contou com críticas à morte do músico Evaldo Santos, assassinado com 80 tiros durante uma ação do exército no Rio de Janeiro no último dia 7 de abril.
*Informações da repórter Nanny Cox
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