Estudo associa agronegócio brasileiro a desmatamento ilegal; governo reage

Segundo dados de 2018, quase metade das propriedades na Amazônia e no Cerrado, que exportam para a União Europeia, não seguiam normas do Código Florestal

  • Por Jovem Pan
  • 17/07/2020 06h08 - Atualizado em 17/07/2020 08h46
Edson Silva/Folhapres Edson Silva/Folhapres Com a divulgação da pesquisa, o governo reagiu à publicação. O presidente Jair Bolsonaro criticou o estudo e falou em perseguição ao Brasil

Um estudo publicado na quinta-feira (16) na revista Science indica que até 22% da soja brasileira e 17% da carne bovina produzida na Amazônia e no Cerrado teriam rastros de desmatamento ilegal. Os cientistas analisaram dados de 2018. De acordo com a pesquisa, quase metade das propriedades dessas regiões que exportam para a União Europeia ainda não seguiam as normas de preservação do Código Florestal. Segundo os pesquisadores, um quinto dos produtores de soja cultivaram o grão em terras que sofreram algum tipo de desmatamento, sendo que metade dessa produção foi feita em terras desmatadas recentemente.

Segundo o professor Raoni Rajão, um dos líderes da pesquisa, o trabalho mostra o tamanho do problema e aponta a possibilidade de solucioná-lo. Com a divulgação da pesquisa, o governo reagiu à publicação. O presidente Jair Bolsonaro criticou o estudo e falou em perseguição ao Brasil.

Em uma transmissão ao vivo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que é preciso ter “bom senso” para falar sobre as questões ambientais que envolvem o Brasil e os reflexos no setor agropecuário.  Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou que, conforme mostrou o próprio estudo da Science, mais de 90% dos produtores rurais não estiveram envolvidos com qualquer tipo de desmatamento irregular.  A pasta ressalta que a ilegalidade deve ser combatida, mas que não se pode “vilanizar” a agropecuária brasileira.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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