Estudo brasileiro aponta cenário crítico na reabilitação de pacientes pós-AVC
Acidente vascular cerebral ocorre quando há uma alteração no fluxo de sangue no cérebro, podendo causar lesões e sequelas variadas; ao todo, 45% dos pacientes chegam tardiamente para iniciar o tratamento
Estudo realizado no Brasil aponta que 45% dos pacientes que tiveram acidente vascular cerebral (AVC) chegam tardiamente à reabilitação. Segundo a pesquisa conduzida pela Universidade de São Paulo (USP), em parceria com outras universidades, 16% tiveram um encaminhamento tardio ou não conseguiram agendar uma consulta. Na maioria dos casos, a demora é causada pela distância e pela dificuldade de acesso ao transporte. O AVC ocorre quando há uma alteração repentina no fluxo de sangue no cérebro, podendo causar lesões e sequelas variadas. O fisioterapeuta neurofuncional do Hospital Albert Einstein, José Júnior, destaca que é importante iniciar o tratamento o quanto antes para que o paciente consiga retomar as atividades cotidianas. “O papel e a responsabilidade do fisioterapeuta é olhar exatamente para essas condições do paciente, ensiná-lo esse resgate das suas potencialidades para favorecer o seu potencial de recuperação e, principalmente, quando há quesitos de vulnerabilidade com maiores sequelas”, pontua.
O AVC é a segunda maior causa de mortes do mundo e especialistas têm alertado sobre os riscos da doença em jovens de 30 anos. Uma alimentação ruim, sedentarismo, altos níveis de estresse e até a pílula anticoncepcional podem contribuir com o derrame em pessoas mais novas. Para que os músculos voltem a trabalhar é necessário uma série de estímulos. Nesses casos, o ideal é ter o apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos. Associado às terapias estão os medicamentos e um deles é a toxina botulínica, o popular botox, que ajuda a relaxar a musculatura, facilitando, inclusive, o trabalho da fisioterapia. A médica da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Regina Chueire, alerta que apenas 1% dos pacientes têm acesso ao tratamento com a toxina. “A boa notícia é que temos no SUS e nos convênios médicos, isso que é bom”, afirma. Regina explica que o procedimento ainda é pouco usado por falta de informações, mesmo no meio médico. O fisioterapeuta José Júnior lembra que quem já teve um AVC deve ficar atento aos riscos de ter um outro episódio e ressalta a importância de manter hábitos saudáveis e realizar de forma correta os exames de rotina.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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