‘Eu sou o candidato para salvar o povo brasileiro’, diz deputado Fábio Ramalho

Candidato à Presidência da Câmara defende que não é o momento para se discutir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 25/01/2021 09h56 - Atualizado em 25/01/2021 09h59
Luis Macedo/Câmara dos Deputados O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) é candidato à Presidência da Câmara dos Deputados

O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), candidato à presidência da Câmara dos Deputados, defendeu que agora não é o momento de se discutir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para ele, o foco deve ser em aumentar a quantidade de vacinados no Brasil e aumentar o acesso de alimentos à população afetada pela pandemia. “Eu serei um presidente imparcial, seguindo como um escravo da constituição e do regimento. Mas eu penso que, nesse momento, a pauta é salvar os brasileiros. Esse não é o momento de arrumar mais problemas para o Brasil”, justificou Ramalho sobre a possibilidade da abertura de um processo de impeachment em meio à pandemia do coronavírus no país. “Eu votei no impeachment [da Dilma] e não estou satisfeito de ter votado ele. E peço a Deus, todos os dias, para não ter que votar outro”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira, 25. “Eu não sou candidato nem do presidente Bolsonaro nem do presidente Rodrigo Maia. Eu quero ser presidente do povo brasileiro”.

Segundo o deputado, existem dois grupos disputando a presidência. “Eu vejo dois grupos: um defendendo cargos no governo, querendo manter cargos no governo e outro defendendo questões pessoais.” Ramalho disputa a cadeira com outro candidato do seu partido, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo grupo do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O candidato pregou a necessidade de um parlamento livre, sem a influência externa do executivo, dos partidos e dos governadores. “Quando eu fui candidato a vice-presidente, eu também não tive o apoio do MDB. Eu fui um candidato independente. Venci há quatros anos porque eles viram em mim uma pessoa que tem condição de dialogar, que tem portar abertas, que, quando  deputado liga para ela, o presidente irá escutar. Hoje, quando o deputado liga para o presidente da Câmara, ele não é nem atendido. Quando um governador vem a Brasília, a gente fica sabendo que ele esteve com o presidente da Casa pela televisão. Não é isso. Um governador, quando ele vier, tem que vir com a bancada do seu estado”, criticou.

Sobre o calendário da Câmara, Ramalho acredita que a reforma tributária deve ser prioridade.  “A primeira reforma que tem que vir é a reforma tributária. Quando a gente acaba com a burocracia, a gente faz uma reforma tributária que é mais justa pros brasileiros. A partir do momento em que as pessoas pararem de sonegar e começarem a pagar imposto igual, a tendência é de cair a curva do imposto lá na frente. A reforma tributária é urgente”, afirmou. O deputado compara a situação do Brasil com a situação da Índia. De acordo com Ramalho, em dois anos de reforma, o PIB da Índia já cresceu 2%.  “É o momento de impulsionarmos a nossa economia através do Estado”, argumentou. O deputado defende, porém, que antes da discussão de qualquer reforma, a volta do auxílio emergencial precisa ser analisada pela Casa. “O auxílio emergencial é urgente, ele é o primeiro. Tem que estar na frente da reforma tributária. O povo brasileiro está morrendo e é inaceitável que daqui a pouco ele morra de fome. Nós não vamos deixar isso acontecer. A primeira coisa que vamos fazer quando sentar naquela cadeira é procurar uma maneira de salvar os brasileiros”, disse o deputado, que levantou a bandeira contra a fome durante a entrevista.

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