‘Europa está preocupada com insistência de Lula de se aproximar de ditaduras’, diz analista internacional sobre acordo Mercosul e UE
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Gustavo Segré disse que petista não é um presidente ‘qualquer’ do bloco neste momento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assume nesta terça-feira, 4, a presidência rotativa do Mercado Comum do Sul (Mercosul) e o principal desafio do petista à frente do bloco será a conclusão do acordo comercial com a União Europeia (UE). O Brasil prepara uma contraproposta aos termos mais exigidos pela UE. No entanto, para o analista internacional Gustavo Segré, o acordo pode estar ameaçado. Segundo Segré, a Europa está preocupada com a “insistência de Lula de se aproximar de ditaduras”. “Vejo que a Europa dava por seguro que a presidência do Lula ia destravar os acordos de uma forma muito simplista, ou seja, eles iriam propor e o Lula iria aceitar. Claramente, a importância do Brasil é muito grande. Lula não é um presidente qualquer neste momento. Mas fica muito claro que na Europa estão preocupados com essa insistência de Lula de se aproximar das ditaduras, porque não é um bom caminho para eles. Inclusive, a Europa ainda tem essa sensação estranha de ter ouvido do próprio presidente Lula que parte da guerra entre Ucrânia e Rússia é culpa deles. Eles estão meio sensibilizados com essa informação. Eles atribuíram uma facilidade que hoje Lula mostrou que não terá com o acordo com o Mercosul”, afirmou durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, na manhã desta terça-feira, 4.
A parceria é negociada desde 1999. O tratado está em fase de revisão pelos países dos dois blocos há quatro anos. Isso porque a parceria precisa ser ratificada e internalizada por cada um dos Estados integrantes dos dois blocos econômicos. Na prática, significa que o acordo terá que ser aprovado pelos parlamentos e governos nacionais dos 31 países envolvidos. Neste ano, os europeus apresentaram um documento adicional ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais. Recentemente, o presidente brasileiro chamou o documento de “ameaça”.
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