Ex-ministro do STF, Marco Aurélio Mello reafirma voto em Jair Bolsonaro contra Lula

Magistrado concedeu entrevista a um podcast, no qual também disse acreditar que eleição de Dallagnol e de Moro mostram insatisfação do eleitor com o fim da operação Lava Jato

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2022 11h59 - Atualizado em 10/10/2022 12h08
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FÁTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO marco aurélio mello Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello

Em entrevista a um podcast, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello confirmou que votará em favor da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra a possibilidade de eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse que, como juiz, não conseguiria votar em alguém que já foi condenado e alegou que Lula não teria sido absolvido pelo STF: “Como ex-juiz, não poderia votar, jamais, em alguém que, primeiro, foi presidente durante oito anos, deus as cartas durantes seis anos no governo Dilma e que foi condenado, se não me falha a memória, em quatro processos por delito contra a administração pública. Os processos foram anulados, mas ele não foi absolvido pelo Supremo. Os processos forma anulados pelo Supremo, o STF resolveu ressuscitar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.

Sobre o primeiro turno das eleições, realizado em 2 de outubro, o ex-ministro disse que a população brasileira não se conformou com o fim da operação Lava Jato e que as eleições do ex-juiz Sergio Moro (União) para o Senado Federal e do ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos) para a Câmara dos Deputados são exemplos desse sentimento. Sem citar nomes, ele também criticou alguns integrantes da suprema corte por tomarem decisões que ele considera por vezes estarem acima da Constituição Federal. “Nós devemos ter, mesmo judicando no Supremo, os pés no chão e devemos atuar com a visão aberta, admitindo, inclusive, a possibilidade de um equívoco em um julgamento. Isso é ruim, quando se sentem acima da própria instituição. Que os ocupantes do Supremo hoje percebam essa responsabilidade”, disse.

Como um dos exemplos de discordância de processos julgados pelo Supremo, Marcos Aurélio Mello classificou o inquérito das Fake News como um equívoco. “Eu estava numa recepção na casa do ministro Luís Roberto Barroso quando chegou o presidente do Supremo á época, o ministro Dias Toffoli, e disse a mim, não havia mais ninguém próximo: ‘Marco Aurélio, sei que você não vai concordar, eu instaurei um inquérito e designei para relatá-lo, portanto não levou o inquérito a sorteio, a distribuição, o ministro Alexandre de Moraes’. Eu disse ‘realmente, eu não concordo’. Não podemos concentrar na mesma pessoa o ato de acusar e o ato de julgar. Foi um equívoco a instauração desse inquérito”, afirmou. O ex-ministro afirmou ainda que vivemos tempos estranhos atualmente no Brasil e, para ele, a pior ditadura que poderia existir seria do judiciário.

*Com informações do repórter Vinicius Moura

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