Ex-premiê britânico, David Cameron critica decisões de Johnson

  • Por Jovem Pan
  • 14/09/2019 15h06
EFE/Andy Rain EFE/Andy Rain Cameron governou o Reino Unido entre 2010 e 2016

O principal responsável por ter jogado o Reino Unido no mar de incertezas que ele se encontra decidiu dar as caras novamente. David Cameron, que andava recluso desde que renunciou ao cargo de primeiro-ministro em 2016, está lançando um livro de memórias.

E para quebrar o ostracismo político dos últimos anos – além de promover sua obra, claro – ele concedeu em entrevista para o jornal The Times. Na publicação, e Cameron ataca o atual premiê, Boris Johnson, dizendo que ele teve um comportamento terrível durante a campanha do Brexit.

Ele também critica a estratégia de suspender o parlamento e a punição para os parlamentares que dificultaram a vida do governo nas últimas votações. Para Cameron, não é possível descartar um novo referendo porque o país está paralisado.

Apesar de tudo isso, como era de se esperar, Cameron deixou o mea culpa para depois. Ele diz acreditar que a convocação do referendo de 2016 foi uma decisão acertada, porque o tema europeu teria que ser discutido uma hora ou outra.

Só que, na prática, a gente sabe que não foi bem assim. É verdade que a filiação europeia precisaria ser discutida uma hora ou outra, mas Cameron não estava preocupado com isso. Ele estava preocupado em vencer uma eleição, a de 2015.

O então primeiro-ministro prometeu que faria o referendo europeu porque estava perdendo eleitores de sua base para a direita radical. Foi um gesto eleitoral que caiu bem e garantiu aos conservadores uma vitória inesperada nas urnas formando maioria razoável no parlamento.

Só que também foi uma vitória de Pirro. Porque Cameron fez campanha pela permanência na União Europeia e foi humilhado nas urnas.Tanto que pediu demissão horas depois do anúncio do resultado e acabou relegado ao esquecimento político.

Como sempre, na visão de Cameron, o problema são os outros. Mas este circo todo começou por erro de cálculo político dele, que continuou com uma campanha mal feita e o desastre estava pronto para acontecer.

*Com informações do repórter Ulisses Neto

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