Ex-secretário da Fazenda de SP critica taxa de juros em 13,75% e diz que verba carimbada do arcabouço fiscal ‘engessa o orçamento’

Economista afirma que a Selic prejudica o crescimento econômico e comenta que a dívida do país ‘vai crescer’

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2023 07h09 - Atualizado em 30/05/2023 09h00
  • BlueSky
Waldemir Barreto/Agência Senado Felipe Salto Felipe Salto é ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo

O economista e ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Felipe Salto, criticou a manutenção da taxa básica juros em 13,75% pelo Banco Central (BC). Em encontro com filiados dos partidos PSDB e Cidadania, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o ex-diretor da instituição fiscal disse que a Selic no atual patamar prejudica o crescimento econômico. “A taxa de juros está na lua. A Selic é a mais famosa em 13,75%. Mas seu desconto a inflação esperado é uma taxa real de juros de 7,5%. Não tem quem aguente. A dívida vai crescer com certeza porque o crescimento econômico no melhor cenário vai ser 2%”, comentou. Após a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, Felipe Salto prevê que as novas medidas vão criar mais previsibilidade sobre as receitas do país. Para o especialista, a verba que já tem destino é um problema. Ele também acredita em um modelo menos rígido de gastos. “Qual é o orçamento total sujeito ao teto de gastos neste ano para a União? É muito dinheiro. Não falta dinheiro. Só que 93,6% estão carimbados. Então temos que começar a discutir essa rigidez orçamentária, que tipo de gastos que a gente pode ou não pode diminuir, como fazer isso, como aumentar essa flexibilidade. O arcabouço fiscal tem essa vantagem. Ele vai permitir que esse gasto tenha sempre um crescimento real, mas sempre inferior a receita”, acrescentou.

*Com informações do repórter Misael Mainetti.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.