Extrema pobreza atinge quase 11 milhões de jovens no Brasil, aponta Fundação Abrinq
Famílias passaram a elevar seu índice de endividamento em 2015 e o número atingiu recorde durante a pandemia de Covid-19; jovens de até 14 anos de idade passam o dia com apenas R$ 11 por dia
Um levantamento realizado pela fundação Abrinq, em 2021, apontou que quase 11 milhões de crianças e adolescentes viviam em condição de extrema pobreza no Brasil. O número representa um aumento de 40% em comparação a 2020, quando eram 7 milhões e meio de crianças e adolescentes nestas condições. Jovem com alguns meses de idade até os 14 anos vivem com R$ 11 por dia. Renan Silva, professor de economia do IBMec Brasil, explica que o aumento na pobreza extrema dos jovens é um reflexo da situação econômica brasileira nos últimos anos. “No princípio do período de 2012 a 2022,você tem já um endividamento crônico da família. Esse movimento jogou a família num empobrecimento grave e que culminou na recessão de 2015 e 2016. Por último, tivemos o evento trágico da Covid-19 que potencializou esse endividamento”, disse o especialista. Já no que diz respeito à renda domiciliar mensal per capita, em 2021, eram 73 milhões de brasileiros vivendo com até meio salário mínimo, ou seja R$ 550. Com R$ 275, ou seja, metade de meio salário mínimo, viviam 30 milhões de brasileiros. Mesmo diante desse quadro, o gerente-executivo da Abrinq, Vitor Graça, defende a necessidade de políticas públicas para mitigar a pobreza e desnutrição infantil. “Precisamos tirar as crianças da pobreza, reduzir a mortalidade materna e fazer um pacto pela educação. A porta de saída de vários desses problemas é a educação. A educação leva a criança à escola, alimentação, segurança e, priorizar a educação às crianças, é importante”, afirmou. O pacto citado por Vitor se baseia em investimentos que devem durar de 15 a 20 anos para surtir efeito transformador na vida dos jovens.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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