Família Bolsonaro, ministros, jornais: hackers invadiram celulares de pelo menos 84 autoridades, diz PF

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2019 06h38 - Atualizado em 24/09/2019 09h50
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HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO CONTEÚDO Sergio Moro e Deltan Dallagnol Principais alvos foram os procuradores da Operação Lava Jato

Ao menos 84 autoridades públicas sofreram tentativas de invasão feitas pelo grupo de hackers preso em julho deste ano na Operação Spoofing. A lista é da Polícia Federal (PF) e foi obtida pelo jornal O Globo.

Os principais alvos foram os procuradores da Lava Jato, em especial os das forças-tarefas de Curitiba e do Rio de Janeiro. Em números absolutos, o ex-procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, foi o que mais enfrentou tentativas de hackeamento: 76 no total, bem mais do que sua sucessora, Raquel Dodge, com nove.

O coordenador da Lava Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, aparece em segundo lugar, com 37. A ex-coordenadora da Lava-Jato de São Paulo, Thaméa Danelon, sofreu 22 tentativas de invasão.

Entre os nomes, também aparecem integrantes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário. Da família Bolsonaro, o próprio presidente Jair Bolsonaro (PSL) sofreu tentativa de invasão em dois celulares diferentes, além do deputado Eduardo (PSL-SP) e do senador Flávio (PSL-RJ).

No relatório constam os nomes dos ministros da Economia, Paulo Guedes, da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e da Educação, Abraham Weintraub. Ainda estão na lista os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, sofreu 13 tentativas de invasão, e o atual presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, dez. Também aparecem nomes de jornalistas do site O Antagonista, da revista Crusoé, da TV Globo e do jornal Folha de S.Paulo.

Esse relatório da perícia da PF registra a quantidade de vezes em que os criminosos fizeram ligações para o número dos aparelhos celulares das vítimas. O documento não aponta, no entanto, quais dessas autoridades efetivamente tiveram as conversas acessadas. Como a lista da Polícia Federal é preliminar, podem haver outros alvos das invasões que ainda não foram identificados.

Desde 23 de julho, Walter Delgatti Neto e outras três pessoas estão presas por envolvimento nas invasões. Na semana passada, outras duas pessoas foram presas na segunda fase da Operação Spoofing.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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