Farmacogenética ganha mais visibilidade entre profissionais de saúde

Técnica fornece estudos individualizados para indicação de medicamentos com mais precisão no tratamento de doenças

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2021 11h46
Banco de imagens/Pixabay Laboratório Farmacogenética é a ciência que estuda a interação dos indivíduos com os medicamentos

Estudos individualizados para buscar medicamentos com mais precisão no tratamento de doenças, estão ganhando cada vez mais visibilidade entre os profissionais de saúde. É a chamada farmacogenética, a ciência que estuda a interação de cada indivíduo com medicamentos e a forma como o organismo reage ao ingeri-los levando em conta os ganhos e danos causados por eles. Por meio de testes de DNA essa tecnologia da medicina possibilita verificar como um determinado remédio será metabolizado. Em tratamentos oncológicos a técnica é bem difundida, mas é na psiquiatria que a tecnologia tem conquistado mais adeptos. Pessoas diagnosticadas com depressão, em geral, não encontram de forma rápida um medicamento que consiga tratar a doença. Está aí o principal objetivo da farmacogenética: minimizar a chance de erros na indicação e permanência de um determinado remédio a um tratamento.

Segundo o coordenador do Instituto Brasileiro de Farmacologia Prática, o psiquiatra Luis Dieckmann, a técnica não substitui o diagnóstico médico. Mas direciona o profissional na prescrição médica tendo em vista que a taxa de sucesso na cura de enfermidades é só de 30% sem o detalhamento que a ciência oferece. “Infelizmente, existe muita falha medicamentosa ainda, por vários motivos, os principais deles são diagnóstico, a dose, o tempo e algumas características pessoais do indivíduo. Então a farmacogenética tem crescido, tentando trazer um pouco mais de assertividade no tratamento”, afirma Dieckmann.

Segundo o psiquiatra, a farmacogenética já ganhou espaço no exterior e a tendência é crescer cada vez no Brasil. Para isso, é necessário investimento em pesquisas, inclusive por parte do governo. Luis Dieckman afirma que essa busca genética é feita através do sangue ou com a mucosa do paciente e que é totalmente segura. No entanto, a principal questão é o custo. “A grande questão é: quem paga esse custo? O paciente? A seguradora? Como deve ser coberto? Onde há maior indicação? Quando todo o mundo faz, aumenta o custo da seguradora como um todo, ou seja, traz um benefício, mas a grande questão é a custo-efetividade”, diz o psiquiatra. O preço varia de acordo com a quantidade de genes que serão avaliados e pode custar de R$ 1.500 a R$ 6 mil.

*Com informações da repórter Camila Yunes.

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