Fiscal diz que não impediu agressão a João Alberto por ter ‘saúde debilitada’
Nas gravações, Adriana Alves aparece ao lado dos dois seguranças que praticaram o crime; para os investigadores, a agente teve participação decisiva e poderia ter impedido o espancamento
A agente de fiscalização do Carrefour Adriana Alves Dutra contou à polícia que não impediu as agressões a João Alberto Silveira Freitas porque estava com a “saúde debilitada” devido a uma cirurgia recente. Nas gravações, Adriana aparece ao lado dos dois seguranças que praticaram o crime e também estão detidos. Em depoimento antes de ser presa temporariamente, ela afirmou ter pedido aos seguranças que parassem o espancamento, o que não se vê nas imagens. Segundo os investigadores, a agente de fiscalização teve participação decisiva e poderia ter impedido o espancamento. A delegada responsável pelo caso, Roberta Bertoldo, disse nesta quarta-feira que a prisão de Adriana foi uma resposta à sociedade.
Em uma ação coletiva, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul está cobrando uma indenização de R$ 200 milhões da Rede Carrefour e do Grupo Vector de Segurança. O valor deve ser destinado a fundos de combate à discriminação e defesa do consumidor. No Senado Federal, o plenário aprovou um projeto de lei que inclui motivações de preconceito racial e sexual como circunstâncias agravantes de pena para qualquer tipo de crime. O autor do projeto, senador Paulo Paim, do PT, do Rio Grande do Sul, comemorou a aprovação do texto, que, agora, segue para a Câmara dos Deputados. Nesta quarta-feira, 25, a Câmara instalou uma comissão externa para acompanhar as investigações sobre a morte de João Alberto Freitas. O coordenador da comissão, deputado Damião Feliciano, do PDT, da Paraíba, disse que um dos objetivos será formular propostas de legislação para coibir o racismo institucional.
*Com informações do repórter Afonso Marangoni
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