Flávio Dino amplia efetivo da Força Nacional em Roraima para evitar conflitos

Se trata do início da segunda fase da ação do Governo Federal desde que foi decretado estado de emergência em Saúde Pública nas terras yanomamis

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2023 07h18 - Atualizado em 07/02/2023 09h46
FáTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Flávio Dino Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

Nesta segunda-feira, 6, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou em coletiva de imprensa que determinou reforço das forças de segurança federais que atuam em Roraima para retirar garimpeiros ilegais das terras indígenas, especialmente das áreas ocupadas pelo povo Yanomami. Tal medida se trata do início da segunda fase da ação do Governo Federal desde que foi decretado estado de emergência em Saúde Pública nas terras yanomamis. A primeira fase foi de atendimento à população indígena, agora a prioridade é garantir a segurança deles. Dino disse que até o fim da semana 80% dos garimpeiros ilegais já deverão ter deixado a região: “Eu preciso, como dimensionei bem no começo, entender a complexidade da operação. Nós estamos tratando de dezenas de milhares de pessoas. Portanto, é preciso ter responsabilidade e prudência para garantir que essa desintrusão ocorra e nós não tenhamos conflitos. Esse planejamento em fases visa garantir exatamente a compatibilidade entre a meta, que é a desintrusão, com o nosso desejo de que não haja conflituosidade nesse processo”.

A Força Nacional terá um reforço de 100 homens. Cerca de 15 mil garimpeiros viviam nas áreas yanomamis e muitos já iniciaram sua retirada. De acordo com o ministro da Justiça, é preciso planejamento e proteger agentes públicos e indígenas, que estão no centro do conflito: “O uso da força sem planejamento poderia conduzir a piorar o problema instalado no Estado de Roraima. Nós não desejamos isso, daí esse planejamento está sendo executado”. No total, cerca de 500 homens das forças de segurança estão na região e o foco prioritário é identificar financiadores, donos de garimpo, quem é responsável pela lavagem do dinheiro dos garimpos e os executores de crimes ambientais.

Na mesma coletiva de imprensa, o novo secretário nacional de Políticas Penais, Rafael Velasco, defendeu a necessidade da decisão de se transferir para Brasília o líder da facção criminosa PCC, Marco Camacho, mais conhecido como Marcola: “Tudo o que foi feito de inteligência e a previsão de que havia um plano de fuga que envolvia um servidor penitenciário federal. O sistema penitenciário federal foi criado pelo presidente Lula, ele se desenvolveu e é hoje o sistema penitenciário mais seguro que nós temos no Brasil. A unidade prisional de Brasília é a unidade prisional mais segura do Brasil. Os presos tem incomunicabilidade entre eles, ou seja, eles não conversam dentro do sistema penitenciário e estão sendo constantemente monitorados (…) Se for necessária alguma mudança ou transferência em uma unidade futura, será razão de um estudo de prevenção da criminalidade”. Dino também garantiu que a decisão foi “científica” e não um “achismo” e que Brasília tem condições de receber o presidiário.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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