Marcado por tragédias pessoais e escândalos familiares, Biden se apoia em trajetória política

O democrata, que jamais perdeu uma eleição no voto popular, tenta o topo da carreira: chegar à Casa Branca

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2020 06h00 - Atualizado em 03/11/2020 14h19
EFE /OLIVIER DOULIERY Joe Biden de perfil. Homem branco idoso, com cabelos brancos ralos e lisos Ao lado Obama, Joe Biden foi por duas vezes vice-presidente

Fim dos anos 60: quando os Estados Unidos viviam os protestos contra a Guerra do Vietnã, começava a carreira política de Joe Biden. O democrata nasceu em 20 de novembro de 1942, na Pensilvânia, mas a crise pós Segunda Guerra obrigou a família se mudar para Delaware. O primeiro emprego do rapaz, que tinha problemas de fala, foi como vendedor de carros usados. Na escola, se destacava pela prática de esportes e até hoje é lembrando pelos colegas como um líder e carismático. Joe Biden entrou na Universidade de Delaware para estudar Ciência Política e História e, no período, conheceu Neilia Hunter com quem se casou em 1966.

Depois de formado, foi cursar direito e sempre gostou de dizer que era “a coisa mais chata do mundo”. Em uma disciplina do primeiro ano, ele acabou reprovado por causa de uma acusação que o perseguiu por anos. Joe Biden teria plagiado cinco das quinze páginas de um trabalho, algo que o aluno classificou como um “erro de citação”. Superado o problema, o futuro político concluiu a Universidade e passou a trabalhar em um escritório de advocacia que pertencia a um integrante do partido democrata. Como o direito não o fazia feliz, Joe Biden concorreu a uma vaga na Assembleia de Delaware e conseguiu a primeira vitória nas urnas em 1970. Em 1972, com um discurso de mudança, foi ousado ao tentar uma vaga ao Senado, desafiando um candidato apoiado pelo presidente Richard Nixon. A vitória, surpreendente, foi a primeira de sete consecutivas até o ano de 2008. Joe Biden abriu mão de concorrer de novo ao legislativo para ser vice-presidente dos Estados Unidos na chapa de Barack Obama.

Ainda durante o período no Senado, ganhou fama de conciliador, mas se envolveu em polêmicas contra pautas progressistas. Ao longo da carreira, nunca titubeou ao rever conceitos e admitir arrependimentos. Em 1987, tentou concorrer à indicação democrata à presidência, mas acabou se retirando após denúncia de plágio de um discurso. Enquanto isso, a sua vida pessoal era marcada por tragédias. Antes de assumir o cargo de senador, Joe Biden perdeu a primeira esposa, Neilia, e um dos três filhos em um acidente de carro. Cinco anos depois, o democrata se casou de novo com Jill Tracy e teve Ashley, nascida em 1981. Em 2015, no entanto, ele enfrentaria outra tragédia familiar: a morte do filho mais velho, após uma longa batalha contra um câncer no cérebro.

Atualmente, pesam contra o democrata denúncias de tráfico de influência envolvendo o filho, Hunter Biden, e acusações de assédio nunca esclarecidas. Ao lado de Obama, Joe Biden foi por duas vezes vice-presidente, sempre ofuscado pelo cabeça de chapa. Agora, em 2020, depois de um início morno nas primárias, ele superou Bernie Sanders e se consolida entre o eleitorado negro e do centro. Junto de Kamala Harris, o democrata, que jamais perdeu uma eleição no voto popular, tenta o topo da carreira: chegar à Casa Branca.

*Com informações da repórter  Livia Fernanda

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