Governadores reagem a decreto de atividades essenciais e prometem manter decisões
Governadores e prefeitos reagiram imediatamente à decisão do presidente Jair Bolsonaro de classificar academias, barbearias e salões de beleza como serviços essenciais.
Opositores de Bolsonaro, Rui Costa, da Bahia; Camilo Santana, do Ceará; e Flávio Dino, do Maranhão, prometeram ignorar a nova diretriz e manter as restrições. Governador do Pará, Helder Barbalho, também se posicionou contra a determinação, amparado em entendimento do STF que dá autonomia a estados e municípios.
O governador de São Paulo, João Doria, divulgou nas redes sociais uma lista do que pode funcionar no Estado — sem incluir os serviços listados no decreto presidencial.
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, disse que não é hora de afrouxar o isolamento. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, afirmou que academias e salões não vão abrir.
Mais cedo, a Câmara decretou quarentena no Recife e em Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e São Lourenço da Mata por 15 dias a partir de sábado. O número de mortes pela covid-19 em Pernambuco chega a 1.087 em Pernambuco.
Em Belo Horizonte, onde 75% dos leitos de UTI estão ocupados, a Prefeitura vai instalar 13 barreiras sanitárias a partir da próxima semana. O prefeito Alexandre Kalil não descarta o bloqueio total da cidade.
Os bloqueios sanitários foram uma das estratégias adotadas pelo Mato Grosso do Sul, Estado com menos casos e mortes em decorrência do novo coronavírus. Em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, o governador Reinaldo Azambuja disse que a baixa incidência da doença é resultado da ação coordenada com as prefeituras.
Mato Grosso do Sul tem 385 infectados e 11 mortes pela covid-19. O primeiro registro da doença no Estado foi em março, mas pesquisadores acreditam que o novo coronavírus tenha chegado bem antes ao país.
Um estudo da Fiocruz mostrou que o vírus começou a se espalhar ainda na primeira semana de fevereiro, 20 dias antes do primeiro caso ser confirmado no Brasil — o que aconteceu em 26 de fevereiro.
Segundo a pesquisa, algumas pessoas já teriam sido infectadas no fim de janeiro e o Carnaval teria ajudado a disseminar a covid-19.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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