Governo lança plano Safra ‘mais robusto da história’, com R$ 90 bi a mais que o anterior
Foco é nos pequenos e médios produtores: a agricultura familiar tem R$ 53,6 bilhões e a de médio porte, R$ 43,7 bilhões
Em evento de divulgação do Plano Safra 2022/2023, o governo classificou como plano “mais robusto da história”. São R$ 341 bilhões disponíveis para crédito rural, R$ 90 bilhões a mais que o plano anterior, o que representa um aumento de 36%. O foco é nos pequenos e médios produtores: a agricultura familiar tem R$ 53,6 bilhões e agricultura de médio porte, R$ 43,7 bilhões. Ambas as categorias foram beneficiadas com juros abaixo da Selic. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura (PRONAF) fica com taxa entre 5% e 6% e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP), 8%.
O valor disponibilizado pelo governo veio a contento do setor e foi, inclusive, superior ao que a frente parlamentar de agricultura vinha pleiteando. O agronegócio alega que o momento é delicado em função dos altos custos de produção e também da dificuldade de abastecimento com produtos, especialmente insumos importados. O ministro da Agricultura, Marcos Montes, avaliou que o montante é adequado para o momento que o setor enfrenta. “Em um cenário extremamente desafiador, ainda sob os efeitos econômicos da pandemia de Covid-19, agora somadas às consequências do conflito na Europa, estamos lançando um plano Safra capaz de atender aos diversos segmentos do agro, atentos ao compromisso do governo e da sociedade com a responsabilidade fiscal”, disse.
A perspectiva do governo federal é uma nova safra recorde, com a colheita de 300 milhões de toneladas de grãos. Durante o evento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) também se pronunciou, dizendo que o Brasil está trabalhando para atender a demanda mundial por alimentos. Ele ainda disse que uma das prioridades do governo foi não ter atritos entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. “A montagem no campo diminuiu em mais de 90%, era praticamente uma coisa terrível quando se chegava alguém do Ibama naquela propriedade. Esse terror, esse temor, praticamente deixou de existir”, disse.
Para o coordenador do Observatório do Clima, Tarso Azevedo, o crescimento do agronegócio pode estar comprometido se não estiver aliado a boas práticas ambientais. “Ao proteger quem está fazendo o ilegal, ele está contaminando todo o agronegócio, porque a percepção do Brasil lá fora é de que o país não tem controle sobre o desmatamento e de que é tolerante com a ilegalidade, que não penaliza quem praticou o ato ilegal”, disse. O programa ABC, que financia a agricultura de baixo carbono, teve crescimento na destinação de crédito neste plano Safra, passando de R$ 5 bilhões para R$ 6 bilhões. O especialista alerta porém que é preciso incentivar mais a economia verde.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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