Greve na França contra mudanças nas aposentadorias entra na sua quarta semana
Protestos mantém o país semiparalisado, em especial no setor de transportes
A interminável greve contra a reforma da Previdência na França entrou na sua quarta semana e mantém o país semiparalisado, em especial no setor de transportes.
Em Paris, está circulando apenas um em cada cinco trens suburbanos, concentrados em umas poucas horas da manhã e umas poucas horas da tarde. Das 16 linhas de trens subterrâneos da capital, apenas as duas automáticas funcionam normalmente.
Do restante, algumas fazem apenas parte do trajeto, operando em uma curta janela de horário. Outras estão fechadas há três semanas.
O protesto iguala a duração da gigantesca greve que aconteceu em novembro e dezembro de 1995. Na época, o governo já queria reformar o sistema de aposentadorias e pensões. Vinte e quatro anos depois, a situação parece estancada, sem sinais de que qualquer lado esteja disposto a ceder: nem os sindicatos, nem o presidente Emmanuel Macron.
A reforma da Previdência visa fundir os 42 regimes de pensões existentes e em particular, abolir os regimes especiais, incluindo os da RATP (metrô de Paris) e da SNCF (sistema ferroviário), que permite que seus funcionários se aposentem antes da idade mínima em comparação com outras categorias.
Outro ponto em disputa é a idade no sistema geral. O governo prometeu manter em 62 anos a idade em que um francês pode se aposentar sem desconto, se tiver 42 anos de serviço.
Agora no começo do ano, os professores também devem participar da greve, bem como algumas profissões que possuem regimes autônomos, reagrupadas em um coletivo chamado SOS Retraite. Este coletivo convocou uma greve para 3 de janeiro, incluindo médicos, advogados, pilotos e comissários de bordo.
* Com informações do repórter Victor Moraes
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