Grupo técnico que aconselha o Ministério da Saúde contraindica uso de cloroquina para Covid-19

Análise também inclui orientações contra o tratamento com azitromicina, ivermectina e outros fármacos sem eficácia comprovada; indicação tem como foco pacientes hospitalizados

  • Por Jovem Pan
  • 18/05/2021 07h06 - Atualizado em 18/05/2021 08h09
FERNANDO MORENO/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Caixa de hidroxicloroquina Análise é parte da elaboração de um protocolo único com diretrizes para auxiliar os profissionais da saúde

Um grupo técnico formado para aconselhamento do Ministério da Saúde elaborou um documento preliminar com orientações contra o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros fármacos sem eficácia comprovada no tratamento da Covid-19 em pacientes hospitalizados. A análise é parte da elaboração de um protocolo único com diretrizes para auxiliar os profissionais da saúde, principalmente aqueles que atuavam em outras áreas e foram chamados para a linha de frente. No texto, os especialistas afirmam que “alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados”. O coordenador do grupo, o pneumologista Carlos Carvalho, Carlos Carvalho reforça que o documento tem como foco pacientes hospitalizados e não contempla indicações do uso precoce desses remédios. “Quando nós finalizarmos esse protocolo do paciente hospitalizado, pode ser que o ministério nos solicite para fazer uma continuidade e discuta esse tratamento farmacológico no ambiente pré-hospitalar. Mas isso não foi alvo do nosso estudo.”

O documento já recebeu parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde. O trabalho foi submetido à consulta pública e poderá receber contribuições por dez dias. Segundo o pneumologista Carlos Carvalho, o texto também orienta sobre ventilação mecânica, uso de oxigênio e medicamentos para o “kit intubação“. “Definindo metas para oxigenação, não deixar ficar abaixo de um determinado valor, porque isso traria risco para o paciente, e não deixar acima de outro valor, porque seria um desperdício de oxigênio. A mesma coisa quando o paciente precisa ser intubado, quais seriam os medicamentos de primeira linha, segunda linha e terceira linha para que o colega tenha orientação de quais os melhores medicamentos e como usar no sentido de fazer uma intubação rápida e segura”, disse. Depois da consulta pública, uma nova avaliação será realizada pela Conitec, que encaminhará um relatório com recomendações para o Ministério da Saúde.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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