Guedes descarta candidatura em 2022 e diz que entende ‘zero’ de política

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2019 12h41
Flickr/Ministério da Economia Segundo Paulo Guedes, agenda de reformas deve passar 'entre três e quatro meses' pelo Congresso Nacional O ministro da Economia também disse que o Mercosul é uma "encubadora de fracassos"

O ministro da Economia, Paulo Guedes, descartou, nesta sexta-feira (8) a possibilidade de se lançar como candidato à presidência da República nas próximas eleições. Em entrevista a Jovem Pan, ele afirmou que tem “zero interesse” no cargo, e ressaltou que entende “zero” sobre o assunto.

“Zero política. Zero política. Zero de interesse. O presidente [Jair Bolsonaro] mesmo fala corretamente: ‘O PG [Paulo Guedes] entende de política tanto quanto eu entendo de economia. Ou seja: zero”, declarou.

Mercosul

Sobre o cenário internacional, Guedes fez algumas críticas ao comportamento do Mercosul nos últimos anos, e chamou o bloco de “encubadora de fracassos econômicos”. Segundo ele, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) não vai abrir mão de aumentar a conexão da economia nacional com a global e que, se a Argentina não quiser se abrir para o mundo, o futuro do bloco será “uma incógnita”.

“Quando fechamos o acordo com os argentinos no Mercosul, a premissa era clara: vamos, juntos, nos integrar às economias globais. Enquanto eles tiverem essa intenção nós estamos juntos, sem problema nenhum. Se eles não tiverem essa intenção, nós seguiremos”, explicou.

Ele comentou, também, a tentativa de colocar o Brasil na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], e disse que o país está “com a senha na mão”, aguardando para ser chamado. “Nós pegamos a nossa senha e estamos na fila esperando. Não desejamos mal a Argentina, também não estamos contando que vamos passar à frente dela. Quer dizer, estamos com o nosso número, a nossa senha na mão, esperando a hora do embarque. Se a Argentina não ouvir a chamada, nós vamos ser chamados para o embarque”, afirmou.

Pré-sal

O ministro voltou a fazer críticas ao regime de partilha de produção do pré-sal e afirmou que esse sistema foi “condenado” pelas petroleiras nos leilões realizados, nesta semana, no Rio de Janeiro. “Eu quero dividir todo o ônus que possa ter acontecido nessa descoberta que fizemos, que o leilão sobre reforma de partilha não é o mais conveniente, da mesma forma que vamos trabalhar juntos para frente. “Mas eu acho que a coordenação continua sendo dentro da área de Minas e Energia”, disse.

Perspectivas

Guedes aposta que, com a melhora dos indicadores da economia brasileira, o crescimento de 1% previsto para este ano e de ao menos 2,5% em 2020, além de um déficit fiscal primário entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões, o país estará credenciado para receber, já no ano que vem, o selo de grau de investimento por parte das agências de classificação de risco.

“A medida que está ficando claro que nosso trabalho é consistente – é um trabalho de um ano, mas era uma economia que era fechada  e ficou aberta, tinha a inflação alta e ficou baixa, era uma economia que trocou o mix de política econômica. Isso é muito importante. Em 2020 vai começar a ficar claro para todo mundo”, finalizou.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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