Guedes diz que Brasil pode ‘se revelar reserva de segurança alimentar e energética’ para OCDE

Entrada no grupo dos países desenvolvidos está sendo discutida nesta semana em Brasília; secretário-geral da organização, Mathias Cormann, encontra o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta

  • Por Jovem Pan
  • 22/06/2022 07h11 - Atualizado em 22/06/2022 10h58
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EDU ANDRADE/Ascom/ME Paulo Guedes Ministro da Economia, Paulo Guedes

O secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann, se reuniu com os ministros da economia, Paulo Guedes, e das Relações Exteriores, Carlos França, na última terça-feira, 21, no Palácio do Itamaraty. O presidente Jair Bolsonaro (PL) cancelou de última hora a participação no encontro, mas recebe Cormann no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 22. Após a reunião, Guedes ressaltou a importância do Brasil não perder a oportunidade de crescer entrando no grupo dos países desenvolvidos. “Nesses tempos turbulentos, o Brasil pode se revelar uma reserva de segurança alimentar para a humanidade e também uma força de segurança energética Brasil particularmente para os países da OCDE. É uma crise enorme, mas é o momento certo dessa ascensão do Brasil à OCDE”, disse.

No encontro com Cormann, Guedes defendeu o Brasil como potência verde, que mais preserva o meio-ambiente e, até por isso, que precisa ser remunerado por países desenvolvidos. Guedes lembrou que o atual governo sempre defendeu a necessidade da adesão à OCDE, ao contrário das administrações anteriores, que, na prática, não buscavam fazer parte do grupo dos países mais desenvolvidos. A entrada do Brasil na OCDE está sendo discutida nesta semana em Brasília. Nesta terça-feira, 21, foi debatido o plano de adesão e, até sexta, os debates se darão em torno das reformas necessárias para finalizar o processo. A expectativa é de que, durante as discussões do fórum, seja lançado um projeto financiado pela União Europeia com foco no crescimento verde.

O processo de adesão é longo e burocrático, normalmente leva de três a quatro anos. Entretanto, o governo brasileiro garante que se antecipou e já adota várias medidas que são obrigatórias aos países do bloco. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, até o início do ano que vem será entregue o memorando inicial do processo e, a partir daí, serão realizadas reuniões dos comitês. O Brasil, inclusive, tem pedido que essas reuniões aconteçam de forma simultânea no ano que vem para acelerar o processo. De acordo com França, a partir daí, será necessário ter uma maior atenção com relação ao ritmo das medidas tributárias, que precisam ser aprovadas no Congresso Nacional.

“Aquilo que pode significar para OCDE para a inclusão ou ascensão plena de uma economia vibrante, como a economia brasileira, uma economia do tamanho do Brasil, pela liderança que ela tem, o ministro Guedes hoje tocava em temas como, por exemplo, a questão geopolítica, mas também do papel que tem o Brasil na América do Sul, em defesa da democracia, direitos humanos, meio ambiente e outros temas também”, disse França. O ministro das Relações Exteriores descarta a preocupação internacional com relação ao processo eleitoral brasileiro. Ele garantiu que os países não temem qualquer tipo de ruptura institucional. Para o ministro, na verdade, existe um entusiasmo, uma confiança na democracia brasileira e, consequentemente, a possibilidade de atração de investimentos. Cormann disse que a OCDE também considera o processo de adesão do Brasil muito importante e confirmou o discurso do governo de que o país está avançado nas negociações, no cumprimento dos pré-requisitos, e lembrou da importância do Brasil como maior economia da América Latina.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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