Guerra na Ucrânia coloca Lula contra Putin no Brics na véspera do anúncio de novos membros

Presidente russo acabou discursando logo após Lula, por videoconferência, e se opôs às falas do líder brasileiro sobre promover um cessar-fogo no conflito

  • Por Jovem Pan
  • 24/08/2023 07h29 - Atualizado em 24/08/2023 09h17
EFE/EPA/GAVRIIL GRIGOROV / SPUTNIK / KREMLIN POOL MANDATORY CREDIT putin O presidente russo, Vladimir Putin

Durante discurso na cúpula do Brics nesta quarta-feira, 23, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o mundo “retrocedeu à mentalidade obsoleta da Guerra Fria” e voltou a cobrar esforços por um cessar-fogo na Ucrânia. Lula também disse que o mundo sofreu retrocesso por conta da competição geopolítica e que espera um esforço pela paz. “Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa efetivamente contribuir para um pronto cessar-fogo e uma paz justa e duradoura. Todos sofrem com as consequências da guerra, as populações mais vulneráveis e os países em desenvolvimento são atingidos desproporcionalmente. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU.” O presidente russo, Vladimir Putin, acabou discursando logo depois de Lula, por videoconferência, e se opôs ao líder brasileiro. Em sua fala, Putin alegou que a guerra na Ucrânia foi iniciada pelo Ocidente, por conta de supostas interferências que levaram à queda do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que “aproximava o país da Rússia”. A manifestação de interesse da Ucrânia em fazer parte da Otan também pesou para o início do conflito, disse.

Putin não foi presencialmente à cúpula por ser alvo de mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por responsabilidade pela guerra. Como a África do Sul é signatária do TPI, haveria a possibilidade de prisão do líder russo no país. Os cinco atuais integrantes do Brics anunciaram nesta quinta-feira, 24, a entrada dos novos países membros no grupo: Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Irã. Com a ampliação, o Brics tem se firmado como um contraponto ao G7, grupo dos países mais industrializados do mundo.

*Com informações do repórter André Anelli

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