Haddad, Campos Neto e Tebet discutem meta de inflação para 2026 nesta quinta-feira

Membros do Conselho Monetário Nacional também devem debater mudanças no sistema que define o alvo da política monetária

  • 29/06/2023 06h54 - Atualizado em 29/06/2023 06h54
ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Fernando Haddad Fernando Haddad é o atual ministro da Fazenda do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

O Conselho Monetário Nacional (CMN) vai decidir nesta quinta-feira, 29, sobre a meta de inflação de 2026. O órgão é formado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Em conversa com jornalistas na véspera da reunião, Haddad confirmou que o conselho vai discutir a eventual revisão do sistema de metas sem antecipar o teor da decisão: “Nós estamos discutindo a meta de 2026. É disso que estamos tratando amanhã e de outras questões como essa que eu estou colocando, se é o caso, ou não, de tomar esta decisão sobre padronizar, em relação ao resto do mundo, o programa de metas de inflação do Brasil, que é suis generis. Só no Brasil e mais em outro país, acho que a Turquia, que usa a meta calendária”. Neste ano, o Conselho Monetário vai fixar a meta de inflação para 2026. Para 2024, o alvo é de 3,25. Já em 2025, a meta vai ser de 3%. Em ambos os casos, há margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Para mudar o sistema de metas de inflação, que define o alvo da política monetária três anos antes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa editar um decreto.

Atualmente, o principal  mecanismo de controle da inflação do Brasil é o aumento ou redução da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central. Durante o Fórum Jurídico de Lisboa, em Portugal, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), confirmou que o presidente do BC vai explicar em agosto os motivos da taxa Selic ser mantida em 13,75%, mesmo com a redução dos preços nos últimos meses: “Não tenho dúvida do desejo do presidente Roberto Campos Neto na redução da taxa de juros. Mas é muito importante que nessa arguição pública, fiel ao cumprimento do Art. 11 da Lei Complementar 179, já comecemos o segundo semestre com esse propósito da redução da taxa básica de juros no Brasil, que se somada a todas essas bases que temos hoje em termos de inflação, moeda, balança, comercial, câmbio e safra (…) que possa trabalhar na redução da taxa básica de juros do Brasil de 13,75% para um patamar menor que evidentemente propiciará a geração de emprego e riqueza para o Brasil”. Pacheco também afirmou que a ida de Campos Neto ao Senado não invalida outros convites ao presidente do BC feitos por comissões do Legislativo, como o aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos nesta semana.

*Com informações do repórter Misael Mainetti

 

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