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Hamas pede ‘desculpas’ à população de Gaza pelo sofrimento causado pela guerra

Fotografia tirada em 21 de março de 2024, a bordo de um avião de transporte militar dos EUA, mostra fumo subindo na Faixa de Gaza, no meio da violência em curso entre Israel e o movimento palestino Hamas.

Pela primeira vez em seis meses de guerra, o grupo terrorista do Hamas pediu desculpas a sua população, reconhecendo o grande sofrimento coletivo. Apesar disso, o grupo reitera o desejo de continuar o conflito para libertar o povo palestino. No pronunciamento, eles disseram que pretendem prosseguir com medidas para controlar os preços dos alimentos e de bens essenciais durante esse período e também resolver questões relacionadas ao desalojamento de pessoas que vieram do norte para o sul do território. Toda ação do Hamas está praticamente finalizada na maioria das principais cidades. Durante o Jornal da Manhã desta segunda-feira (1), Natália Fingermann, professora de Relações Internacionais do IBMEC, opinou sobre o pedido de desculpas: “É uma forma do Hamas continuar a manter uma certa credibilidade junto a população, logicamente ele perdeu credibilidade com o ataque de 7 de outubro, que acabou desencadeando um conflito em uma proporção que eles não previam. Isso faz com que, hoje, eles não tenham legitimidade com a população. Então eles estão tentando politicamente reverter esse cenário para, logicamente, se manterem a longo prazo como um poder representativo do povo da Palestina”.

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A especialista entende que o pedido de cessar-fogo da ONU não tem um efeito prático. “O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não quer parar a guerra. Infelizmente vivemos um caso que há carência na liderança, diferentemente do cenário que vimos na Segunda Guerra Mundial, onde tivemos lideranças importantes que tomaram a frente. Entretanto, há mecanismos na estrutura internacional que poderiam ser utilizados para pressionar Israel. Como sanções econômicas e a criação de bloqueios para governo do Israel”, apontou a professora.

A saída de Netanyahu, segundo Fingermann, não é uma solução. “É muito difícil a gente pensar em uma troca de governo no meio de um conflito internacional. Netanyahu tem total consciência e concepção disso e sabe que esse ponto de vista favorece a sua permanência no governo. Embora você tenha uma pressão da população, dentro do governo, realizar a troca do primeiro-ministro acaba gerando a troca de todos os ministros que estão no governo com ele. E tudo isso em um cenário de instabilidade.” Milhares de israelenses continuam protestando em Jerusalém, desde a noite do domingo (31), pedindo a renúncia de Netanyahu.

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