Hamilton Mourão diz que queda no desmatamento será gradual
Vice-presidente afirma, no entanto, que é possível eliminar as ações ilegais até 2030
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, garantiu nesta quinta-feira, 16, que é possível acabar com o desmatamento ilegal até 2030. Mas ele admite que ainda há um novo caminho pela frente. Ele divulgou nesta semana o Plano Amazônia 2021/2022, que prevê redução do desmatamento ao fim do governo do presidente Jair Bolsonaro aos níveis registrados entre 2016 e 2020. A proposta, no entanto, tem sido alvo de críticas. “Crítica faz parte, mas vamos lembrar: qual é a nossa NDC [Contribuição Nacionalmente Determinada] em relação a desmatamento ilegal? É chegar em 2030 com ele zerado, então temos que ir por etapas. Não adianta dizer que vou derrubar no que vem em 5 mil, 6 mil. Vou derrubando pouco a pouco até chegar em 2030 com isso zerado. Se conseguir antes, ótimo.”
As metas do governo brasileiro foram anunciadas às vésperas da reunião sobre o clima que acontece na próxima semana. O presidente Jair Bolsonaro já confirmou presença e, inclusive, encaminhou uma longa carta ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se comprometendo com mudanças no combate ao desmatamento e redução da emissão de gases. Atualmente, o Brasil é responsável por 3% das emissões e a maior parte do problema está relacionado com a derrubada das florestas. Segundo Hamilton Mourão, reduzindo o desmatamento o Brasil já estaria dando a sua parcela de contribuição.
No documento encaminhado a Biden, Bolsonaro também lembra que o Brasil é uma das únicas nações com metas para 2025 e que ele pretende trabalhar de mãos dadas com a comunidade internacional pela defesa da proteção ambiental e também do desenvolvimento sustentável. Bolsonaro ressaltou, no entanto, que é preciso apoio será preciso que o Brasil seja remunerado pelos serviços ambientais. Na mesma linha, Hamilton Mourão admitiu que os recursos disponíveis no orçamento para conter as ações ilegais são limitados. “Vamos trabalhar com aquilo que temos, já comentei, a gente tem que fazer mais com menos, não adianta querer achar que vai aparecer dinheiro, não vai aparecer. Temos que operar com o que temos e da forma mais eficiente possível.”
Na carta a Joe Biden, Bolsonaro ainda lembrou que não é possível combater o desmatamento apenas com medidas de comando e controle, é preciso buscar alternativas econômicas, que reduzam o apelo das atividades ilegais. Essa tentativa de reaproximação com os Estados Unidos também teria outro objetivo, garantir boa vontade do governo americano na questão da Covid-19. Atualmente, o país de Joe Biden tem doses da AstraZeneca que não podem ser utilizadas no país por falta de registro e o Brasil quer ter a chance de receber parte dos imunizantes.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.