Hotéis transformam quartos em escritórios com a baixa ocupação
Apostando nas dificuldades de meses seguidos de home office, o setor hoteleiro aposta no chamado room office
Esqueça a ideia de ir a um hotel apenas para descansar. Apostando no público local, no cansaço e nas dificuldades de meses seguidos de home office, o setor hoteleiro aposta no chamado room office. A prática consiste em alugar os quartos para que as pessoas possam trabalhar, de forma segura, fora de casa e em um ambiente apropriado. Em São Paulo, na região do Paraíso, um hotel separou um andar inteiro para quem quer um espaço reservado para trabalhar. Os apartamentos foram modificados especialmente para servirem de escritório.
Saem as camas, entram mesas e cadeiras; o aluguel também inclui o preço da internet e alguns apartamentos possuem até impressora. O gerente do hotel, Nelson Goes, conta que a empresa também criou uma sala especializada em videoconferências com recursos avançados. O empresário Jocimar Alves Costa está utilizando o serviço de room office há duas semanas, em um hotel em Copacabana, no Rio de Janeiro. Além de aproveitar a vista para o mar, Jocimar afirma que se sente mais seguro de trabalhar dentro de um ambiente higienizado, com algumas conveniências.
O presidente do Hotéis Rio, Alfredo Lopes, destaca que a medida é vantajosa para as empresas, uma vez que não foram necessários investimentos para oferecer o serviço. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o prejuízo do setor turístico foi de quase R$ 90 bilhões entre o fim de março e o mês de junho.No início da pandemia, a taxa de cancelamento nessas localidades chegou a superar noventa por cento; mesmo a flexibilização, a ocupação dos hotéis continua baixa.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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