Representantes da Human Rights Watch mostram preocupação com resultados do Brasil no Relatório Mundial

  • Por Jovem Pan
  • 16/01/2020 07h34
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Valter Campanato/Agência Brasil Moro tem reunião agendada com representantes da Human Rights Watch

Representantes da organização internacional Human Rights Watch vão se reunir nesta quinta-feira com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Na próxima segunda, o encontro será com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

A organização quer discutir a crise na Amazônia, apontada na trigésima edição do Relatório Mundial, divulgado na última terça-feira. A diretora do escritório Brasil, Maria Laura Canineu, explica por que o tema também diz respeito à área de segurança pública.

“O que a gente entende e tem visto é que esse desmatamento é produzido e impulsionado por redes criminosas. Essas redes criminosas não só atacam, ameaçam e matam pessoas que se colocam na frente da defesa da floresta, como indígenas, membros de comunidades locais e agentes públicos, como também cometem outros crimes, que vão desde a extração ilegal de madeira aos relacionados à corrupção, lavagem de dinheiro, garimpagem e grilagem.”

Maria Laura Canineu afirmou que a organização viu com preocupação as ações tomadas pelo ministro Ricardo Salles. Segundo ela, será feito um pedido para o fortalecimento de órgãos que monitoram o desmatamento.

“A gente obviamente ficou muito preocupado com as políticas públicas que foram adotadas durante a gestão dele. Vimos um enfraquecimento muito relevante das agências que devem aplicar a lei na Amazônica, como Ibama, ICMBio e Funai, que está no âmbito do Ministério da Justiça.”

No Relatório Mundial, a Human Rights Watch afirmou que o governo Bolsonaro “deu carta branca” a redes criminosas que fazem extração ilegal de madeira na Amazônia. Essa liberação foi dada, de acordo com o texto, no momento em que o governo cortou  recursos e minou o poder das agências ambientais. 

A organização também deu destaque para a violência policial e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem incentivado a polícia a executar suspeitos. A Human Rights Watch ressaltou, no entanto, que o número de mortes violentas caiu 11% em 2018.

* Com informações da repórter Nicole Fusco.

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