Inclusão de testes rápidos em planos de saúde esbarra em falta de estoques
Baixa procura pelos exames em momento de queda da pandemia fez com que laboratórios e Ministério da Saúde reduzissem a compra
Com o rápido avanço da variante um Ômicron pelo país, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou a inclusão de testes rápidos para detecção da Covid-19 na lista de cobertura obrigatória dos planos de saúde. A medida é já válida para os beneficiários do programa a partir da indicação médica em casos de síndrome gripal ou Síndrome Respiratória Aguda Grave entre o primeiro dia e o sétimo dia de sintomas. Apesar da aprovação, a ANS tem recebido críticas pelo fato de que a determinação foi feita em um momento em que não existem testes suficientes no país. Segundo o advogado Arthur Rollo, especialista em direito do consumidor, o Ministério da Saúde e agência ficaram receosos na compra dos exames no período de baixa da pandemia. “Como deu uma baixa na pandemia e esses testes tem um prazo de validade, muitos acabaram, inclusive, estragando. Até os do próprio Ministério da Saúde acabaram estragando, acabaram vencendo. Na iniciativa privada, ficaram com medo de comprar e ficar com esses testes parados. E na rede pública, também”, explicou.
Nesta semana, durante a cerimônia de assinatura de uma portaria destinada à Atenção Primária à Saúde na Bahia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu problemas de abastecimento de testes e culpou o rápido avanço da Ômicron. “Houve problemas de abastecimento de testes. O Ministério da Saúde foi um dos pontos onde não faltou testes, e nós estamos distribuindo. Agora eu não vou aqui, como gestor público, adquirir 200 milhões de testes para deixar esse vencerem, até porque tinham testes e não estava havendo demanda”, disse Queiroga. O último boletim Infogripe da Fiocruz divulgado nesta sexta-feira, 22, apontam forte sinal de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave na tendência de longo e curto prazo. A edição detectou um aumento de 135% da doença nas últimas três semanas em relação às três de novembro.
*Com informações da repórter Rocio Paik
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