Indígenas e quilombolas protestam em Brasília pelo direito à bolsa permanência em universidades

Manifestantes estão organizados no Distrito Federal desde segunda-feira; eles fizeram uma passeata na última quinta e se reúnem com parlamentares para discutir o tema

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2021 06h36 - Atualizado em 08/10/2021 10h17
Marcelo Camargo/Agência Brasil indigenas Estudantes indígenas e quilombolas afirmam que não possuem condições de se manterem nas universidades sem a bolsa do MEC

Indígenas e quilombolas protestam em Brasília desde a segunda-feira, 04, pelo direito à bolsa permanência em universidades. Na última quinta-feira, 07, parte da esplanada dos ministérios foi fechada para a caminhada dos estudantes. Eles carregavam faixas e cartazes com palavras de ordem pelo apoio à permanência de indígenas e quilombolas nas universidades. Reunidos em frente ao Ministério da Educação, eles solicitavam a presença do ministro Milton Ribeiro. Segundo a estudante Thailene Pereira, uma das líderes do movimento, o sistema de solicitação da bolsa permanência está fechado há dois anos. A bolsa de R$ 900 mensais auxilia indígenas e quilombolas a completarem seus estudos na graduação. Eles calculam que seis mil universitários desses povos estão na fila de espera pelo benefício.

“Se a gente não tem essa bolsa, se não tem essa condição financeira pra se manter, a gente não tem condição alguma de permanecer dentro da universidade. Muitos dos nossos colegas conseguiram ingressar na universidade, hoje trancaram suas matriculas porque não tem condição alguma de permanecer”, afirma o estudante Kâhu Pataxó, que esteve entre os manifestantes. Os estudantes estão em articulação com parlamentares e membros do governo para conseguir a retomada da concessão de bolsas. Eles participaram de audiências públicas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal sobre o tema.

Além da falta de acesso para novos estudantes, de acordo com dados do Ministério da Educação, de 2018 a 2021, o número de estudantes atendidos pela bolsa caiu de 22 mil para 10 mil por conta de falta de recursos. De acordo com o diretor de políticas de programas de educação superior do MEC, Edmilson Costa Silva, em 2021 a pasta tinha a intenção de abrir o sistema de bolsas permanências para ofertar 4 mil novas vagas, mas a lei orçamentária foi aprovado com menos recursos a educação, o que frustrou o planejamento. Para 2022, a expectativa é de que, em janeiro, 2 mil novas bolsas sejam ofertadas.

*Com informações da repórter Paola Cuenca

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