Integrantes da PGR querem investigar falas de Bolsonaro sobre fraudes eleitorais

Cinco subprocuradores querem que Augusto Aras apure se as falas do presidente configuram abuso de poder de autoridade e atentam contra a normalidade das eleições de 2022

  • Por Jovem Pan
  • 14/07/2021 07h42 - Atualizado em 14/07/2021 10h06
MATEUS BONOMI/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Presidente da república, Jair Bolsonaro, durante cerimônia no Palácio do Planalto Jair Bolsonaro já chegou a dizer que sem voto impresso, não haverá eleições em 2022

Membros da cúpula da Procuradoria-Geral da República (PGR) pedem que Augusto Aras investigue falas do presidente Jair Bolsonaro sobre fraudes no sistema eleitoral. Um grupo de cinco subprocuradores do Conselho Nacional do Ministério Público querem que o procurador-geral apure se as falas do chefe do Executivo configuram abuso de poder de autoridade e atentam contra a normalidade das eleições de 2022. Jair Bolsonaro já chegou a dizer que sem voto impresso, não haverá eleições no ano que vem. E vem repetindo que houve fraudes nas eleições de 2018 e 2016. Porém, ele ainda não apresentou provas à Justiça Eleitoral. No pedido, os subprocuradores afirmam que “a fala presidencial contém traços evidenciadores de grave e concreta ameaça ao principal instrumento de concretização de uma democracia representativa, que é a eleição”.

Nesta terça-feira, 13, o senador Marcos Rogério (DEM) fez um discurso defendendo a implantação do voto impresso. Para ele, não se trata de por em dúvida o sistema eleitoral, mas aumentar a rigidez e a transparência do processo. “Que obrigação tem o eleitor de confiar de maneira absoluta que a urna registou corretamente o seu voto? Por que negar ao eleitor o direito de conferir o seu voto? Que obrigação tem o eleitor, os candidatos e os próprios partidos de acreditaram que o sistema eletrônico atuou com perfeição, independente de fraude ou não?” A proposta segue sendo discutida por uma comissão especial da Câmara, que pode votar o texto ainda nesta semana. Até mesmo deputados favoráveis à medida veem dificuldades para obter votos suficientes para a aprovação. O presidente da Casa, Arthur Lira, lembra que os deputados já aprovaram uma proposta semelhante, em 2015, que não avançou no Senado Federal. “Venho colocando de uma maneira bem prática que a Câmara já votou uma PEC dessa em 2015, não teria necessidade da Câmara passar por isso de novo. A PEC está no Senado desde 2015. Se não houver condição do Senado votar uma PEC de 2015, não sei que diferença faria”, pontuou.

*Com informações do repórter Levy Guimarães

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.