Com isolamento, pais e filhos se aproximam e vivem ‘hiperconvivência’, explica psicóloga

De acordo com o Datafolha, 95% das famílias não tiveram o relacionamento prejudicado pelo distanciamento social

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2020 07h23 - Atualizado em 07/08/2020 08h16
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Pixabay A psicóloga especializada em parentalidade, Grace Falcão, afirma que a interação dos filhos com a figura paterna é fundamental e deve começar desde cedo

O professor Vagner Felipe de Sá dava aulas de geografia em uma escola particular. Em abril, as férias foram antecipadas e, em junho, ele foi demitido. A esposa Maisa também trabalha no setor educacional e divide a semana entre a unidade e o home office. O filho do casal, Arthur, de dois anos, está desde março sem frequentar a CEI do bairro em que mora por causa da pandemia. Mesmo com a situação, Vagner vê um lado bom de 2020: com o isolamento, ele aprendeu mais sobre os medos e alegrias de Arthur. Para ele, o Dia dos Pais será ainda melhor. “Eu estou conseguindo pegar a fase que ele aprendeu a falar e todo o desenvolvimento dele eu estou conseguindo acompanhar bem de perto. Eu percebi que virei o porto seguro do meu filho”, afirma.

Assim como diversas famílias, Vagner e Arthur experimentaram a chamada “hiperconvivência“, e o saldo tem sido positivo para eles. A psicóloga especializada em parentalidade, Grace Falcão, afirma que a interação dos filhos com a figura paterna é fundamental e deve começar desde cedo. “Os pais eles precisam buscar esse espaços com os filhos desde o nascimento. Quando você nasce já está educando, é importante esse espaço até mesmo durante a gestação para criar vínculos. A psicóloga Grace Falcão reforça que uma família unida gera um ambiente de segurança para que os filhos cresçam com autoestima para enfrentar o mundo.

A presença do Vagner se intensificou na vida do Arthur com o isolamento social, mas ele sempre esteve presente. No entanto, essa não é a realidade de 5,5 milhões de pessoas que não têm nem o nome do pai na certidão de nascimento. A psicóloga Grace Falcão lembra que as crianças tendem a buscar substitutos para a figura ausente e reforça que os impactos na criação dependem muito mais de como o modelo escolhido lida com a questão. “É importante a criança construir uma identidade com ambas as figuras, até porque a gente tem essas relações homoafetivas e isso não interfere na identidade das crianças”, afirma. Assim como Vagner e Arthur, 95% das famílias não tiveram o relacionamento prejudicado pelo distanciamento social, de acordo com o Datafolha.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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