‘Já vejo volta à normalidade’, diz presidente da Associação de Distribuidores sobre bloqueios
Segundo Leonardo Miguel Severini, as manifestações pegaram o setor de surpresa, mas, após quatro dias, a situação começa a se regularizar
Leonardo Miguel Severini, presidente da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), concedeu entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quinta-feira, 3, para falar sobre o bloqueio de rodovias em todo o Brasil por manifestantes bolsonaristas que se opõem à eleição democrática de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os prejuízos que essas paralisações de vias estaduais e federais podem provocar no setor. A Abad fala que, em número, o problema pode ser na cada de R$ 1 milhão por dia. Severini disse o movimento, antes de ser iniciado, não fez nenhuma estratégia com o setor e que acredita que o fluxo das estradas já esteja começando a voltar ao normal nesta quinta: “Não recebemos nenhuma informação. Foi livre iniciativa, mas não houve voz de comando, estratégia. Não houve planejamento, não (…) [Atualmente] são movimento isolados. Mas eu vejo que a coisa está voltando ao normal”.
O presidente da entidade também comparou as manifestações de agora, dos apoiadores do presidente Bolsonaro, com as paralisações de caminhoneiros em 2018. “O que aconteceu em 2018 foi uma situação bem clara. Quando essa paralisação acontece, não existe um planejamento para ocorrer de fato. Esse movimento [de agora] é diferente. Em 2018 havia uma convergência em função de um problema de estrangulamento de uma cadeia, a de transportes e de logística, em que o resultado das empresas, o resultado individual dos empresários, estava sendo afetado pelo aumento do diesel, então todos pararam por um interesse único. Hoje, a gente vê uma difusão de interesses. Estamos em um país democrático. Houve o resultado das eleições. E a gente entende que esse movimento tende a recrudescer e normalizar, é o que a gente espera. Mas eu já vejo uma volta à normalidade no Estados em que houve o problema”, afirmou.
Questionado se as empresas atacadistas que tenham prejuízo com as paralisações poderiam repassar os gastos para o consumidor, o presidente disse “não ver como”. “Não vejo como porque é um movimento popular. Mobilização de todos. Só penso que não pode interferir no direito de outros de continuarem trabalhando. Essa é a opinião do setor. E eu vejo que os outros setores estão se posicionando também da mesma forma. Ontem, a gente presenciou um movimento familiar e legítimo, as famílias disseram o que esperam do país e do governo. Eu vejo isso com muito ânimo. É uma forma de amadurecimento da população. A preocupação é com a cadeia logística. Quando tudo se reestabelece, a normalidade volta”, finalizou.
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