Janaina Paschoal reafirma candidatura ao Senado mesmo sem apoio de Bolsonaro: ‘Vou para o pau!’

Deputada diz que disputará as eleições de forma independente e que pede apenas para o presidente da República não atrapalhar: ‘Lançar Marcos Pontes é maldade por eu não dizer amém’

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2022 11h11 - Atualizado em 22/07/2022 11h20
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Janaína Paschoal Janaína Paschoal (PRTB), pré-candidata ao Senado Federal por São Paulo

A deputada estadual Janaina Paschoal (PRTB-SP), pré-candidata ao Senado Federal, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta sexta-feira, 22, reiterando a pré-candidatura dela. Segundo a parlamentar, ela vai concorrer ao cargo de maneira independente, sem padrinho político, mesmo divulgando o apoio dela ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Ela criticou colegas pré-candidatos de direita que tentam dissuadi-la da disputa e disse que ninguém vai conseguir fazê-la desistir da cadeira no Senado. “Eu não trabalho na pressão. Quando me pressionam, aí é que eu reajo. Comigo isso não vai funcionar. Eu nasci e cresci em São Paulo. Sou da zona leste de São Paulo. Ninguém dá ordem numa pessoa nascida e crescida na zona leste de São Paulo! Eu vou para o pau“, declarou.

Questionada sobre um tweet publicado [veja abaixo] nesta sexta-feira, 22, no qual diz que o nome do ex-ministro Marcos Pontes para disputar o Senado na chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e como apoio de Bolsonaro seria dar a vaga do Senado para a esquerda. Segundo Janaína, o ministro não seria capaz de realizar um bom trabalho no Senado. “Eu já tive oportunidade assistir uma palestra do ministro Marcos Pontes (PL), conhecido como astronauta. É um homem inteligente, tem uma história de vida bonita. Eu não faço nenhuma crítica a pessoa dele. Porém, com todo respeito, não é a Janaína pré-candidata, mas a Janaína cidadã, eu não votaria nele para o Senado. Porque eu quero no Senado alguém que conheça de Direito, as instituições, alguém que entenda o que o Supremo está decidindo e que tenha a capacidade de fazer críticas consistentes, sem ataques. O ministro, com todo respeito, não tem essa condição. Ele não foi testado nas urnas. Lançar o ministro é maldade do presidente. Não tem outra palavra. E eu não estou pedindo para o presidente me apoiar. Eu estou pedindo para ele não me atrapalhar. É só isso. Então, ele está fazendo de maldade porque eu não digo ‘amém’, porque não abaixo a cabeça. Eu já disse que vou votar nele, apoio, mas não sou pau mandado de ninguém. E falo isso com muito orgulho“, afirmou Paschoal.

“O que está difícil para as pessoas compreenderem é que eu não estou numa negociação. Eu não estou pedindo para o presidente me apoiar, nem para Tarcísio ou qualquer outra pessoa. Eu apresentei a minha pré-candidatura muito antes inclusive do Tarcísio se apresentar como pré-candidato [ao governo de São Paulo]. A minha pré-candidatura é independente, é anterior e vai ser mantida. Eu saí do PSL, que hoje é o União Brasil, com recurso grande, com tempo de TV, o maior do país, porque lá eu só tinha garantia da legenda para concorrer a deputada. Eu disse ‘eu agradeço, mas eu quero colocar o meu nome à disposição para concorrer ao Senado’. Eu saí. Outras legendas grandes como PL, Republicanos, outras médias como PTB, e outras tantas me convidaram garantindo tempo de TV e valores, mas não garantiam de maneira categórica a legenda. A conversa era a seguinte: ‘Venha, Janaina, e depois a gente vai avaliar. Você pode sair a deputada, você vai ter recursos. Depois a gente avalia’. Alguns até diziam que me dariam a legenda, mas os presidentes dos partidos queriam ser meus suplentes. E eu sempre disse assim: ‘Primeiro eu quero a certeza de concorrer. Depois, eu não quero ninguém que tenha interesse em assumir o cargo atrás de mim, porque eu quero cumprir o meu mandato. E eu não vou fazer acordo por baixo dos panos, enganando o povo’. Eu sei que tem gente que vai se lançar, já tem outros cargos prometidos e, depois, cai fora e deixa um suplente que ninguém conhece. Isso para mim tem um nome só: safadeza! Fraude. Enganação. Eu quero concorrer para cumprir o meu mandato, se Deus assim permitir. Então, procurei uma legenda pequena, que não tem escândalo na sua existência, que não tem dinheiro, que não tem tempo de TV, que não tem nada, para fazer uma campanha na raça. E consegui a garantia da legenda no PRTB. Toda hora um bolsonarista me liga. E eu propus pegarmos institutos sérios de pesquisa, fazer uma pesquisa (…) depois nós sentamos como adultos e avaliamos. Eu abri a porta para uma discussão madura. Na última pesquisa séria feita, eu estou na frente de todos eles [pré-candidatos bolsonaristas], eu só perco para o candidato da esquerda”, explicou a parlamentar.

Janaina Paschoal também comentou um áudio dela publicado nos últimos dias no Telegram, no qual ela fala sobre a dificuldade do presidente Jair Bolsonaro crescer nas pesquisas de intenção de votos. “Eu uso o Telegram como uma rede social, como Instagram, como Twitter, só que o pessoal do Telegram é mais animado. Então, eu tinha feito algumas postagens por escrito, dizendo, ‘Gente, vamos ter humildade, vamos reconquistar quem se afastou. Não ataquem quem está querendo se reaproximar’. Porque as pessoas que votaram no presidente em 2o18 não querem o Lula, só que a agressividade dos seguidores, do núcleo mais duro, é tal que as pessoas também não querem votar nele, porque seria uma humilhação. Eles batem demais. Quando alguém que em algum momento fez uma crítica faz uma postagem ao presidente vem aquele bando xingar, dizendo que quer surfar, que é interesse. Isso não é inteligente. Esse é um momento de reunir quem se afastou. Eu venho falando sobre isso. No lugar das pessoas começarem a refletir, começaram a me atacar. Aí, eu gravei aquele áudio. Não é que o Lula está forte. É que o Bolsonaro e o bolsonarismo bolha afasta as pessoas que votaram nele por não serem de esquerda, mas que também não concorda 100%, porque ninguém concorda 100% nem com os irmãos”, disse.

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