Jogadores brasileiros que fugiram da guerra no Sudão retornam ao Brasil

Matheuzinho e Alex Silva desembarcaram em São Paulo nesta quinta-feira, 27, onde reencontraram familiares após fugir do conflito sudanês

  • Por Jovem Pan
  • 28/04/2023 13h05
Reprodução/Jovem Pan News matheuzinho-retorno-brasil-guerra-sudao-reproducao-jovem-pan-news Matheuzinho reencontra a família após desembarcar em São Paulo

Nesta quinta-feira, 27, dois jogadores e quatro integrantes de comissão técnica desembarcaram no Brasil depois de passarem dias de angústia em meio à guerra civil do Sudão e se emocionaram ao reencontrar os familiares. Em entrevista à Jovem Pan News, o meia Matheuzinho falou sobre os momentos de tensão que passou no país africano e o sentimento de voltar para casa: “Eu tentava ser forte porque se eu me mostrasse fragilizado para ela [esposa], ela ia chorar muito mais. Quantas e quantas noites eu não chorei depois que eu falava com ela (…) Hoje eu estou com o meu filho no colo aqui, é uma bênção. Eu achei que não ia nem saber pegar ele no colo”. Ele e o ex-jogador do Vila Nova, Alex Silva, jogavam pelo Al-Merreikh, vice-líder do campeonato sudanês. Quando o conflito começou, os atletas foram forçados a ficar dentro de casa, sob o risco de ser alvo de algum dos bombardeios.

Os jogadores e membros da comissão técnica do clube conseguiram embarcar em um ônibus que seguiu do Sudão para a fronteira com o Egito, onde conseguiram embarcar para o Brasil ao chegar em Cairo. “Uma situação que ninguém esperava, passar por uma guerra. Nunca passei por isso, tiroteio, bombas, míssil, falta de comida, essas coisas todas. É complicado. A gente viajou 43 horas de ônibus (…) aí a gente depois pegou as conexões de voos, foram três voos”, relatou Alex Silva. “A ficha não caiu, porque eu vi amigos sendo mortos, eu passei próximo de corpos e o que a gente não quer para a gente a gente não deseja para ninguém”, afirmou Matheuzinho.

O jogador também reclamou da falta de proatividade do Itamaraty no resgate: “Até o Egito a gente foi sozinhos. E foi a parte mais difícil. A gente chegou até eles, não eles chegaram até nós. A gente teve uma difícil saída no Sudão e, ali para cruzar a fronteira, o que custava o Itamaraty chegar até nós no Egito? Só para facilitar esse processo”. A Jovem Pan News tentou contato com o Itamaraty, mas não obteve retorno até o momento da veiculação da reportagem.

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