Junho Verde alerta para a escoliose, doença que afeta 4% da população mundial
Ortopedista alerta para primeiros sinais de deformação na coluna, como a falta de simetria nos ombros e cintura
Estamos no Junho Verde, mês que alerta sobre a escoliose — doença que afeta até 4% da população, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, e é caracterizada pela deformação da coluna no formato da letra S. Vários fatores são determinantes: pode ser um problema congênito, que é quando há uma uma formação da coluna na gestação; a escoliose que aparece em idade avançada nos idosos com osteoporose; e ela também pode vir de doenças neuromusculares, como é o caso da paralisia cerebral. Esse é o caso do Pedro Henrique Pereira Marques, de 14 anos. Hoje, a curvatura da coluna dele está em 96º e só uma cirurgia pode devolver ações comuns que ele não consegue mais. É o caso de ficar sentado por muito tempo.
“Não consigo nem mais ficar de pé, não consigo nem cinco minutos. Se essa pandemia acabar, não vou nem conseguir ir na escola. Não consigo ficar 15 minutos.” A mãe Ana Lúcia de Freitas conta que, desde 2019, o filho aguarda na fila pelo SUS para operar. Mas, com a pandemia, não há qualquer perspectiva de quando a cirurgia será realizada. “A informação que a gente tem, e que nos alegra muito, é que voltou a fazer cirurgia de escoliose. Mas não temos uma data.” Alberto Gotfryd, medico ortopedista especialista em coluna, chama a atenção de que a escoliose pode aparecer durante o estirão de crescimento de crianças e jovens. O problema é que não há qualquer sintoma. Por isso, o diagnostico se torna difícil.
O médico passa orientações de como os pais podem observar os sinais. “Entre as assimetrias mais frequentes, olhando a criança de costas e sem roupa, a gente observa se os ombros estão na mesma altura ou se existe a elevação unilateral. Esse é um dos sinais. O segundo sinal é olhar a cintura, se ela é simétrica. E se o espaço entre cintura e o braço é simétrico do lado direito e esquerdo.” Segundo o médico, em casos leves de escoliose, com o uso de coletes e fisioterapia é possível interromper o avanço da doença — fazendo que o paciente tenha uma vida normal. A Secretária estadual de Saúde de São Paulo informou que não tinha informações sobre o caso do Pedro Henrique. Já a Secretária municipal da Saúde disse que ele é acompanhado por ortopedista pediátrico da AACD e, recentemente, passou com um especialista em cirurgia — mas não informou quando será realizado o procedimento.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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