Juros altos reduzem busca por financiamentos a longo prazo
Projeções do Banco Central (BC) apontam que a tomada de crédito deve ficar em 7,7%
A busca por financiamentos a longo prazo reduziu com a alta da taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está fixada em 13,75%. O arquiteto Fernando Jaber contou que pretendia trocar o carro da família e, para isso, precisaria financiar uma parte da negociação. No entanto, ele desistiu devido aos juros. “A taxa ainda não caiu. Então interfere um pouco, ainda mais que é uma prestação a longo prazo. Mas vou ficar de olho”, comentou. Já a controladora de acesso Cristiane Maia disse que a situação não está uma das melhores nesse momento para recorrer aos bancos. “O momento do país está meio complicado. Temos um futuro incerto e não conseguimos se planejar porque não sabemos o dia de amanhã. Fazer uma dívida é sem condições agora”, relatou. Apesar das pessoas “correrem” dos bancos para comprar bens ou pagar uma conta, as projeções do Banco Central (BC) apontam que a tomada de crédito deve ficar em 7,7%, estimativa superior a prevista em março, quando a estimativa era de 7,6%. O economista Rica Mello afirma que, no ano passado, as pessoas e, principalmente, as empresas, que recorreram as instituições de crédito, eram o dobro. “O crédito cresceu muito nos anos anteriores porque a taxa de juros estava muito mais baixa”, explicou. Com a votação do arcabouço fiscal e da reforma tributária, o economista prevê crescimento da tomada de crédito com desaceleração das altas de juros para o segundo semestre. “A economia realmente está voltando a dar bons sinais de investimento. Então imagina que o crédito pode aumentar a partir do último trimestre do ano”, acrescentou Rica Mello. As projeções do governo apontam que o Brasil deve fechar com crescimento de 2%.
*Com informações do repórter David de Tarso.
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