Juros do cheque especial sobem mais de 10% em agosto

Taxa anual subiu de 124% em julho para 124,9% no mês seguinte

  • Por Jovem Pan
  • 28/09/2021 07h57 - Atualizado em 28/09/2021 10h30
Marcos Santos/USP Imagens Após seis anos de quedas sucessivas, o Comitê de Política Monetária do Banco Central elevou a taxa básica de juros para 2,75% em março de 2021; entenda o motivo Alta dos juros atinge também cartão de crédito e financiamentos

Em meio a alta da inflação, que encarece vários produtos para o consumidor, quem gasta demais e acaba no vermelho precisa ter mais cuidado. Se já era caro tomar emprestado, agora ficou mais ainda. De acordo com o Banco Central, os juros do cheque especial subiram de 124% em julho para 124,9% ao ano em agosto. Mais de 10% ao mês. Falando em juro bancário, o crédito rotativo também teve alta. O do cartão de crédito subiu de 331,5% em julho para 336,1% ao ano em agosto. No mesmo mês de 2020, essa mesma taxa fechava em 309,9% ao ano. Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, três fatores são levados em consideração para os aumentos consecutivos. “O risco maior por conta de uma atividade econômica fraca, o que aponta uma dificuldade maior das pessoas pagarem, primeiro ponto; a alta dos juros em si, que tem a ver em tentar encontrar uma inflação, e a taxa Selic é o custo base do empréstimo, porque é a taxa que a gente vai se referenciar o tempo todo; e também a inflação: ninguém que vai emprestar dinheiro vai querer ganhar menos que a inflação no período. Tudo isso em conjunto tem encarecido o crédito em todas as modalidades para o consumidor brasileiro”, afirma.

Na prática, os bancos têm autonomia para aumentar as taxas de juros e o Banco Central tenta controlar essa equação para evitar um colapso no bolso do consumidor, o que nem sempre funciona. Para efeito de comparação, os aumentos também afetaram os créditos pessoais não consignados e consignados, crédito para compra de veículos e financiamento imobiliário. Ainda segundo o Banco Central, os juros do financiamento também tiveram altas. O imobiliário passou de 6,8% para 7%. O de veículo, que era de 21,9%, subiu para 22,7% ao ano. O crédito pessoal consignado teve alta e foi para 18,9%. O não consignado, de 79,5% para 80,2%. 

O cartão de crédito parcelado foi o único que não sofreu alteração na tabela de juros, se manteve em 163,7%. Pela 25ª semana consecutiva, o mercado financeiro decidiu aumentar a estimativa para a inflação no ano. As projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021 devem chegar a 8,45%. Na semana passada o índice estava em 8,35%. O economista André Perfeito faz um alerta e dá uma dica importante. “É preciso pesquisar de maneira organizada. A pior que se pode fazer é contratar um crédito automático, que pode ser caro. Vale a pena negociar com o banco sempre”, afirma.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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