Kassab: Eleições municipais deixaram claro que a maior parte dos eleitores são de centro

Presidente do PSD defendeu que o termo é diferente de ‘centrão’, apesar da convergência de pautas

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2020 08h28 - Atualizado em 30/11/2020 08h30
Paulo Lopes/Estadão Conteúdo Para ele, ao contrário do que muitos analistas dizem, o MDB não fragilizou nos últimos anos e PSD continua crescendo

O presidente do PSD e ex-ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, avalia que a maioria dos eleitores brasileiros são de centro. “Ficou claro [com a eleição municipal] que a maior parte dos eleitores brasileiros são de centro. O brasileiro é moderado, conciliador e rejeita os extremismos. É evidente que tem momentos, como no segundo turno, quando existem dois extremos. Mas, em geral, ele vai em quem está mais próximo do centro. Quem defendia rupturas teve dificuldade para conquistar votos”, disse. Entre os destaques do último pleito está o Partido dos Trabalhadores, que ficou fora de todas as capitais, e o fracasso da maioria dos candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Kassab defendeu que o centro é diferente do centrão — apesar de alguns partidos integrarem os dois grupos. “Longe de mim dizer que esses partidos [de centro] não tem convergência na pauta de votação com o centrão. Aliás, tem na maior parte das vezes. Mas o que tivemos aqui foi um pouco diferente. Foi o fortalecimento dos partidos de centro”, explicou. Para ele, ao contrário do que muitos analistas dizem, o MDB não fragilizou nos últimos anos. “O partido é um dos mais antigos da democracia e estava praticamente sozinho na raia. Não tinham tantos partidos e, agora, esse universo é maior. Felizmente esse número deve ser reduzido com a implantação da cláusula de barreira e outras medidas. Gradualmente, vamos chegar em entre 7 e 12 siglas.

Ele ainda analisou que os votos para o PSDB neste ano, somados com os para o DEM, por contra da forte presença das siglas nas grandes cidades, é igual ao número de 2016. “A avaliação que o PSDB perdeu força é correta mas, com o DEM, que são aliados próximos, eles se mantiveram na mesma posição”, explicou. Já a situação do PSD, seu partido, é diferente. “Continua crescendo e é fácil justificar: saiu do zero, tem sinergia com o eleitor e a proposta clara de ser um centro radical. Desde o momento tem a proposta de valorizar a política.” Quanto ao PP, ele avalia que a legenda tirou um proveito muito grande da aliança com o governo Bolsonaro — que é clara e transparente. “Em relação ao DEM, PSDB e PSD existe uma convivência diferente, mais de cooperação com o país.”

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