Líder do governo afirma que TSE e pesquisas eleitorais favoreceram a vitória de Lula

Deputado Ricardo Barros (Progressistas) lamentou a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e fez projeções sobre o que esperar do próximo presidente

  • Por Jovem Pan
  • 31/10/2022 08h38 - Atualizado em 31/10/2022 08h43
Marcelo Camargo/Agência Brasil Deputado com dedo em riste discursando Ricardo Barros durante de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais do Senado

Para comentar os resultados eleitorais do 2º turno das eleições, ocorrido neste domingo, 30, que consagrou o retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal e líder do atual governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (Progressistas). O aliado de Jair Bolsonaro (PL) avaliou que as decisões do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, e a divulgação de pesquisas eleitorais beneficiaram a campanha petista e propiciaram a vitória do ex-presidente: “Um país dividido, um país com dois projetos diferentes para escolher. Portanto, muito trabalho para qualquer um que vencesse, para reunificar o país. O ex-presidente Lula deve fazer um grande agradecimento ao ministro Alexandre de Moraes e a Justiça Eleitoral, que o favoreceram grandemente na campanha. As pesquisas eleitorais equivocadas também o favoreceram grandemente na campanha. Quando a pesquisa é técnica e séria, ela acerta, quando ela tem a intenção de influenciar o eleitor de forma diversa por ordem do seu contratante ou por imperícia do instituto, ela erra, não é punida por isso mas influi no resultado da eleição”.

“Nossa pesquisa mostra que 3% dos eleitores votam em quem vai ganhar, portanto essa eleição, que foi decidida por 1%, ela realmente foi influenciada por divulgação maciça de resultados de pesquisas equivocadas. Mas, é a democracia. Vamos em frente. O país vai se adaptar a este novo momento. Nós temos um projeto que vai ser apresentado ao Congresso Nacional e vai ser apreciado, naquilo que for possível, para ser implementado. A possibilidade do novo governo do ex-presidente Lula é de repetir aquela mesma linha que sempre foi a marca do seu governo, a atenção às corporações e a questão dos sindicatos. E o Congresso vai apreciar se isso é bom, ou não, para o Brasil”, analisou.

O líder do governo na Câmara não deu detalhes sobre como devem ser os próximos passos do presidente Bolsonaro e lamentou a derrota do candidato: “Eu conversei ontem com o presidente apenas para me solidarizar com ele, me colocar à disposição. Não tratei dessas questões do seu pronunciamento, ou de qualquer outra medida que ele venha tomar. Eu acredito que a reação, de um modo geral, da população é de decepção por parte dos bolsonaristas. Nós tínhamos um quadro econômico muito favorável para o Brasil, a inflação menor que Estados Unidos e Europa, crescimento econômico maior do que os Estados Unidos e a Europa e a menor taxa de desemprego dos últimos anos. Apesar da pandemia e da guerra, o ministro Paulo Guedes conduziu muito bem a nossa economia. Obviamente, em um momento de dificuldade”.

“Então, cabe ao novo governo pensar em como manter esta recuperação econômica do Brasil melhor do que outros países, porque é isso que pode nos colocar à frente em um segundo momento. Esperamos que não se repita aqui no Brasil, com a esquerda assumindo o poder, a mesma produção econômica da Argentina, da Venezuela, do Chile. Nós esperamos que aqui o centro democrático do Congresso Nacional segure o país na direção correta”, declarou. Para o parlamentar, independentemente do vencedor do pleito, o que importa é a relação com o Congresso Nacional: “O presidente Bolsonaro fez 100 deputados e o presidente Lula fez 80 deputados da federação de partidos que o apoia. Então, qualquer um que vencesse teria que consolidar a maioria com negociação com os partidos do centro. Por isso que eu digo que o centro é o responsável por decidir os destinos do país. Se ganhou a esquerda, o governo será centro-esquerda, e quando ganhou a direita, o governo foi de centro-direita”. Confira a entrevista na íntegra no vídeo abaixo.

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