Lideranças cobram mais medidas em prol da sustentabilidade no Brasil

Há três meses da COP 26, representantes dos setores empresarial e político destacam a necessidade do país investir em medidas sustentáveis que reduzam as emissões de carbono

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2021 10h00
ARMANDO FÁVARO/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:35546 Foto de cima da Floresta Amazônica. Muitas árvores e um rio cortando. Embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez, defende a taxação de empresas por emissão de carbono

Há três meses da COP 26, líderes dos setores empresarial e político destacam a necessidade do Brasil em investir em medidas sustentáveis que reduzam as emissões de carbono. O deputado federal e presidente da Frente Parlamentar da Economia Verde, Arnaldo Jardim, pretende inserir o debate ambiental na reforma tributária. Temas como a variação do preço do etanol em comparação aos combustíveis fósseis serão incluídos. “Não podemos ter o etanol no mesmo patamar de tributação do que os combustíveis fósseis, como a gasolina. Quando falamos do aumento que se teve no avanço do biodiesel, que se mistura ao diesel fóssil, isso tem que ter uma distinção de tratamento”, afirmou. Nesta segunda-feira, 30, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoveram um debate envolvendo questões ambientais, sociais e de governança.

O embaixador da União Europeia, Ignacio Ybáñez, defende a taxação de empresas por emissão de carbono. Para ele, o meio ambiente é assunto de destaque no bloco. Por isso, o Brasil precisa mudar a imagem de como está sendo visto no cenário internacional no que se refere à preservação do meio ambiente. “A importância que tem a Amazônia para o Brasil, diria para o mundo inteiro, é uma coisa que é bem conhecida na Europa. Se você mirar os programas da televisão, qualquer coisa que sai da Amazônia qualquer pessoa vai mirar. Quando chegam notícias que não são boas, isso preocupa”, disse.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, Marcelo Thomé, lembra que há iniciativas que promovem o desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas os holofotes estão apontados para as ações de desmatamento. Thomé avalia que o mercado exige um engajamento sustentável por parte das empresas e considera importante monetizar projetos dessa natureza. “Como é que transformo o potencial da bioeconomia da Amazônia em negócio? Estamos dedicados a isso. A gente produz na Amazônia, somos empresários e essa rede composta pelas federais de indústria na Amazônia já fazem o que deve ser feito, só que a gente é muito competente em não falar nada até agora.”

O presidente do banco Santander,  Sérgio Rial, afirma que o Brasil tem um grande potencial para investir em ações que reduzam as emissões de carbono. Sendo um dos principais produtores e exportadores globais de alimentos, o Brasil, de acordo com Rial,  sabe a importância e a necessidade de manter suas florestas. “O Brasil consegue, sendo um país tropical, ser uma grande potência agrícola, com repercussões que já vimos que é a ligação do Brasil com continente asiático. Essa 26ª conferência que acontece esse ano vai claramente trazer essa discussão de uma maior integração dos mercados de carbono globais”, afirma Sérgio Rial. Para ele, é papel das empresas, incluindo os bancos, prestarem contas das suas ações à sociedade. 

 

*Com informações da repórter Camila Yunes

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