‘Vai ser um colapso’, diz presidente de associação de lojistas sobre fechamento de shoppings

  • Por Jovem Pan
  • 19/03/2020 08h04
Arquivo/Agência Brasil Recomendação do governo de SP é para fechamento de shoppings até 30 de abril

A recomendação de João Doria, governador de São Paulo, do fechamento, até o fim da semana, de shoppings centers da Grande SP a fim de se conter o avanço do coronavírus, foi uma surpresa para a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping. Em entrevista ao Jornal da Manhã desta quinta-feira (19), Nabil Sahyoun, presidente da entidade, expressou preocupação com a medida.

Ele explicou que a associação havia decidido, em reunião, estabelecer um horário alternativo de funcionamento, do 12h às 20h, e foram pegos de “calças curtas” com a decisão de Doria.

“O governo estabeleceu como sugestão, houve reunião com os shoppings e os lojistas não foram chamados, a gente entende por dois lados: combater a expansão é fundamental, mas temos que olhar a situação dos pequenos empresários, pessoal está desesperado, com possibilidade de demissão de funcionários.”

Nabil completou: “A decisão rápida, sem determinar junto aos empregados, empresários, existe uma confusão nesse sentido e vamos ter que admnistrar este conflito.”

A entidade busca alternativas para pedidos de resgate ao governo federal. Uma das possibilidades é utilizar parte dos recursos aplicados no FAT, via PIS/PASEP, para empresários do varejo e comércio, “que são os maiores empregadores do Brasil”.

O presidente da Associação reforçou que o órgão ainda não trabalha com números para prever o prejuízo, que, segundo ele, “é assustador”. “Já que com o fechamento o faturamento é nenhum, esperamos que o combate [ao coronavírus] seja acelerado para podermos retomar as atividades.”

“A grande preocupação é com os empresários e os desempregados em potencial porque de repente vai estancar todo o faturamento, vai ser um colapso nesses 45 dias, tomara que seja menos, mas pode estender em 60 dias, vamos procurar as autoridades para estudar, analisar, medidas extremas e objetivas para dar tranquilidade aos milhares de empregadores e empregados.”

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